A Eletrobras calcula em R$ 3,2 bilhões o valor do benefício que terá com o GSF de acordo com as regras da lei 14.052. Isso porque há a limitação da extensão da outorga em sete anos. Somente da Chesf o valor é de $ 1,5 bilhão, sendo que há R$ 803 milhões de créditos retidos o que daria um montante a pagar de R$ 718 milhões ao final do processo. Além disso, a empresa ainda prevê mais R$ 355 milhões por sua participação proporcional em outras Sociedades de Propósito específico.
Em teleconferência com analistas e investidores para detalhar os resultados da empresa em 2020, o conselheiro da estatal e ex-CEO, Wilson Ferreira Jr, destacou que, segundo os cálculos da CCEE, a Eletrobras teria um benefício de R$ 4 bilhões nesse processo do risco hidrológico para as operações diretas da companhia.
O executivo destacou ainda que a Eletrobras deverá encerrar esse ano com 49 SPEs. E depois deverá avaliar o caminho que seguirá em termos de venda de ativos.
Aliás, em sua análise, a solução do GSF dado pela lei 14.052 deverá acelerar um processo de negociações envolvendo usinas hidrelétricas. Ferreira Jr disse que as indefinições acerca dessa disputa, que somou em seu pico R$ 10,5 bilhões represados na CCEE, tinham impacto e tiravam valor das empresas.
“A partir de agora a maior parte delas são SPEs de UHEs de grande porte como Jirau, Santo Antônio e Belo Monte e em transmissoras como a Mata de Santa Genebra, nos bipolos do Madeira e de Belo Monte. Esse movimento de UHEs deve se aquecer no mercado. Eu diria que fica caminho aberto para compra ou venda”, acrescentou.