A MP da Eletrobras, apresentada ao Congresso Nacional no final de fevereiro pelo governo federal, é a melhor alternativa para a empresa. Essa é a avaliação do ex-CEO da empresa e conselheiro da empresa, Wilson Ferreira Jr. O executivo comentou sobre as declarações do relator da matéria, o deputado Elmar Nascimento (DEM-BA) de que poderia ocorrer o fatiamento da empresa para a venda.

Ferreira Jr disse que já houve interação do parlamentar com a empresa que explicou seu posicionamento sobre a proposta. E que acredita ainda na melhor solução, contando com as contribuições do Congresso Nacional.

Segundo dados preliminares, que ainda precisarão ser revisados, o benefício econômico com a operação de desestatização da Eletrobras deverá somar algo como R$ 51 bilhões, sendo 50% para a CDE e a outra metade para a União no formato de bônus de outorga pela renovação de concessões.

Nesse processo, o executivo comentou que há dois modelos para a segregação da Eletronuclear e de Itaipu Binacional. O mais simples passa pela criação de uma empresa pública com esses dois ativos sendo que a Eletrobras ficaria com ações PN e o governo com a maioria das ações ON, mantendo assim o controle estatal dessas duas empresas que não entrarão na privatização. A alternativa mais demorada é a cisão com troca de ações que o governo terá nas Eletronuclear e em Itaipu.

No caso da golden share há três assuntos principais que dão o poder de veto ao governo. Se houver a proposta de mudança de nome, de sedes das empresas regionais e da futura corporation e ainda o veto de qualquer tentativa de controle de um grupo específico. Até por isso está limitado a 10% a capacidade de voto de acionistas da empresa futura por maior que seja sua posição acionária.

Novo CEO
Sobre o novo presidente da estatal, o executivo comentou que ainda nessa semana o tema deverá avançar. Segundo ele, a orientação é clara para que a companhia tenha o presidente com brevidade.

Contudo, esse processo ainda deverá demorar um pouco, uma vez que o nome do indicado deve ser analisado pela Casa Civil, posteriormente em assembleia de acionistas para que tenha uma cadeira no conselho e aí esse grupo é que elegerá o indicado ao cargo.

O ex-presidente ressalta que o futuro executivo deverá liderar a companhia na interação com o Congresso Nacional para o processo da MP 1031.