A indicação do secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Limp, para a presidência da Eletrobras, provocou uma baixa no Conselho de Administração da estatal. O conselheiro de administração e coordenador do Comitê de Auditoria e Risco Estatutário da empresa, Mauro Rodrigues Cunha, renunciou ao cargo em ambos os colegiados, com uma carta na qual fala em “quebra irremediável de confiança no processo de governança” do conselho.

Cunha foi voto vencido na decisão do CA de recomendar a nomeação do secretário, e disse na carta de renúncia que a decisão se desviou do processo sucessório com o qual o conselho se comprometeu em comunicado ao mercado de 25 de janeiro. O colegiado também ignorou a opinião formal da consultoria externa independente Korn&Ferry, contratada para assessorar os conselheiros nesse processo.

Limp foi indicado pelo governo, que exerceu a sua posição de acionista controlador da empresa para obter o aval do conselho. Em fato relevante, a Eletrobras informou que Limp não foi selecionado pela lista da assessoria, mas atende os requisitos legais e de qualificação técnica necessários ao cargo.

A indicação terá de ser aprovada pela Casa Civil da Presidência de República. Depois disso, o secretário deverá ser eleito como conselheiro de administração em assembleia geral ordinária e depois eleito pelo CA como novo presidente da companhia.