Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

Com o agravamento da pandemia em todo o país nesse final de primeiro trimestre, a Renovigi Energia Solar fez suas projeções e espera uma retração entre 10% a 15% no faturamento com as vendas de sistemas fotovoltaicos a partir de abril, refletindo um menor número de pedidos e instalações na comparação com o início do ano, mas mirando sua recuperação para o segundo semestre de 2021, em função do mercado estar aquecido para Geração Distribuída e haver uma demanda reprimida ainda do ano passado.

“Antes de 2020 a previsão era crescer mais de 100%, mas acabamos ficando em 53% e para esse ano colocamos já o efeito Covid na conta e o que percebemos é que o segmento de energia solar em si continua com crescimento vigoroso. Vamos absorver esse impacto e sair bem da crise”, disse em entrevista à Agência CanalEnergia o diretor Comercial, Marketing e Novos Negócios da Renovigi, Antônio Carlos Frederico.

Para a fabricante catarinense que foca em GD a consumidores residenciais e pequenos e médios comércios, uma das dificuldades em tempos de isolamento social recai em não poder, em muitos casos, realizar as visitas necessárias nos locais para avaliar e fazer toda parte técnica dos projetos.

A empresa teve crescimentos exponenciais ano a ano desde 2015, chegando atualmente a mais de 1,2 milhão de painéis instalados no Brasil. Para 2021, a estimativa é atingir receita de R$ 1,5 bilhão, com a meta de chegar em R$ 5 bilhões anuais até 2025.

Segundo o executivo, um dos pontos chave do negócio é comprar bastante volume com fabricantes na Ásia, principalmente na China, com garantias de preços e crédito que acabam trazendo efeito no preço repassado aos consumidores. Entre os fornecedores de painéis estão a J.A Solar e outros menores como a Zen Shinning e Quality, com os inversores vindo da Solis e de sua própria marca Renovigi e microinversores comprados da Invertec.

“Estamos com uma nova estrutural comercial, ações de marketing diferenciadas e novos produtos para crescer mais do que os 60% de média do mercado”, pontou Frederico, afirmando um market share atual entre 15% a 17% no Brasil.

  Apesar do agravamento da pandemia em todo país, mercado para GD solar continua aquecido

Desde sua criação em 2012 a empresa conta com oito sócios, além de um corpo gestor que atua para buscar soluções e parcerias para o crescimento contínuo das operações, como no caso atual da busca por um novo investidor que adquira 51% das ações e financie a expansão nacional e internacional da marca, com o objetivo de ampliar o acesso da população a sistemas UFV a custos mais acessíveis, tanto nos centros urbanos quanto nas propriedades rurais.

Sobre essas operações, o diretor disse que não pode comentar o processo, mas reafirma que um fundo de investimento irá comprar uma parte da companhia para ajudar a bancar esse crescimento exponencial, chamando a atenção do mercado. “Estávamos negociando com três fundos e agora posso dizer que estamos no processo final”, salienta.

Após a negociação, o planejamento estratégico deve ser revisado, mas a abertura de um novo centro de distribuição no Nordeste até julho é uma realidade, com estudos sendo realizados no momento para avaliar algumas alternativas do local para ampliar a operação, que conta com a matriz em Chapecó e outra unidade em Itajaí.

“Estamos pensando em sistemas maiores e tecnologias que ainda ninguém possui no Brasil, mas é uma questão que deverá passar por essa revisão do plano de investimentos”, analisa.

Fidelizar clientes e avançar nos serviços pós-venda e digitalização

Para se diferenciar no mercado, a Renovigi desenvolveu valores agregados ao seu negócio tradicional, principalmente na área de serviços, tendo um dos melhores suportes técnico do país, segundo pesquisa da consultoria Greener, e que leva em consideração também a rede de mais de 9 mil credenciados distribuídos pelo país, que é quem realiza as vendas e instalações dos painéis.

“Tentamos fidelizar esses consumidores e são eles que vão levar o nome da empresa junto ao cliente final, contanto com toda parte técnica fornecida pela companhia”, comentou Antônio, ressaltando que para ser um distribuidor é preciso passar por um processo de seleção rigoroso, que envolve um engenheiro elétrico qualificado para assinar os projetos, com um mínimo de 360 horas de treinamento, além de outros critérios, como ter empresa reconhecida.

  Antônio Carlos Frederico: planos de expansão internacional e novo investidor estão no radar

Hoje com as linhas de financiamento a questão para quem quer ter um sistema fotovoltaico é se compra à vista ou financiado. Pagando-se no ato se faz a conta sobre qual investimento hoje que dá retornos de 20% a 25% ao ano? Por outro lado, o financiamento também é interessante, usando a própria economia da conta de luz para pagar os módulos.

“O desafio é quebrar alguns paradigmas, se tem muita gente que ainda pensa que solar é para rico, antigamente talvez fosse, mas hoje é tudo proporcional a suas necessidades”, avalia.

Todas instalações que levam o nome da empresa vêm acompanhadas de um sistema de monitoramento online que é disponibilizado em plataforma, com informações também sobre os índices de eficiência, gerando inclusive serviços pós-venda, avisando de alguma questão que possa ter ocorrido e influenciado na produção do sistema.

Recentemente a companhia criou uma área de assistência técnica para inversores, após perceber que muitos concorrentes concediam apenas três meses de garantia, conforme o mínimo regido pelo código do consumidor, com muitos clientes tendo que resolver qualquer problema que acontecesse na China. O novo service center funcionará em Louveira (SP) para reparos e análises em todos os produtos comercializados pela marca e por concorrentes.

Há também o programa de fidelidade Renopoints, em que conforme o credenciado compra ou adquire serviços, vai ganhando pontos e descontos, podendo resgatar produtos como painéis, inversores, tablets, drones. “Tentamos disponibilizar não só produtos mas ferramentas para qualquer investidor pensar em seu negócio”, complementa.

Antônio Carlos faz questão de destacar que a empresa nasceu no mundo digital, sendo bem antenada com as questões inerentes a esse segmento, com os colaboradores tendo uma média de 26 anos e dominando o uso das redes sociais e canais de comunicação para captar cerca de 500 leads por dia de seus consultores espalhados pelo país.

Para avançar ainda mais nesse meio, a startup Nibble foi criada com o objetivo de realizar a digitalização de todos os processos, além de elaborar sites e plataformas para as empresas credenciadas. “Não é só uma tabela de preços e produtos, mas diversas funções como um YouTube com uma série de vídeos com treinamentos técnicos, área fiscal, técnica de vendas, área de marketing, tecnologia e diversos assuntos específicos”, listou.

  Fabricante possui 9 mil empresas credenciadas para instalação de seus painéis em casas e comércios

Solução Off-Grid para agronegócio e isolados

O lançamento mais recente da companhia é o sistema off-grid, que funciona totalmente independente da rede elétrica, equipado com uma inovadora bateria de lítio para armazenar energia nos períodos em que não há geração, eliminando a necessidade de estender o cabeamento de energia para se conectar à rede.

A solução é formada por um inversor que pode ser acoplado a um sistema de até quatro baterias de 9,6kWh, podendo adicionar até dez inversores para aumento de capacidade, ideal para locais isolados, comunidades indígenas e ribeirinhas e que demandariam significativo investimento para conexão, como propriedades agrícolas.

“Para um fazendeiro vale a pena pegar uma solução dessas ao invés de pagar cerca de R$ 30 mil a cada quilômetro necessário de rede própria, além de ser uma solução sustentável”, pondera Frederico, citando também a substituição ao diesel e para regiões onde a qualidade de energia é ruim, com variação muito grande na tensão, o que pode ser crucial para aplicações do agronegócio, como aviários.

Energia do Bem

Com uma filosofia de devolver parte do sucesso obtido nesses oito anos de existência, os sócios da Renovigi criaram em 2018 o programa Energia do Bem, doando sistemas solares para instituições sem fins lucrativos especializadas em atender pessoas de vulnerabilidade social, com a instalação sendo feita pelos revendedores, de forma gratuita.

“Normalmente envolvemos o parceiro que é mais próximo da região, e fazemos um acordo, nós dando o sistema e eles a instalação, fazendo uma captação assim de ambas as empresas para a execução das iniciativas, dando inclusive todo o suporte final e para manter em funcionamento os sistemas”, conta Antônio Carlos Frederico, contabilizando 142 instituições beneficiadas já em todo o Brasil e prevendo pelo menos mais 35 doações para esse ano.