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A vitória da Equatorial Energia no leilão de privatização da CEEE-D, realizado nesta quarta-feira, 31 de março, na sede da B3, em São Paulo (SP) mostrou que a complicada situação financeira enfrentada pela concessionária foi determinante na vitória. A Equatorial tem a expertise de adquirir distribuidoras em dificuldades e depois saneá-las, como já aconteceu no Maranhão e Pará.

André Fonseca, consultor estratégico-financeiro da Thymos Energia, considerou a vitória da Equatorial positiva, exatamente por conta desse histórico de recuperação na Cemar e Celpa (atuais Equatorial Pará e Maranhão). e mais recentemente no Piauí e Alagoas. “A Equatorial era a empresa mais identificada para ganhar esse certame. Ela já tem o histórico de sucesso de turn around no Norte e Nordeste”, comenta. A Thymos participou dos estudos para a privatização do Grupo CEEE.

Ele conta que a dívida de curto prazo e passivo circulante da empresa, que está em cerca de R$ 5 bilhões, acabou por afastar outros players interessados. Para o consultor da Thymos, o desafio administrativo também estará presente, incluindo a rubrica do pessoal. Ainda de acordo om Fonseca, por conta da situação da distribuidora, não era esperado um certame muito disputado.

A Ativa Investimentos viu com otimismo a aquisição da CEEE-D pela Equatorial, ainda que o valor de R$ 100 mil pago por 65% do ativo seja simbólico, a operação envolve assumir o passivo da distribuidora gaúcha, que possui R$ 1,7 bilhão de dívidas de ICMS, R$ 1,3 bilhão referente a plano de previdência e outros R$ 2 bilhões em passivos gerais. A Ativa aposta que para equacionar esse passivo, a Equatorial possivelmente tentará diminuir o custo das dívidas da CEEE-D para, através de reorganização econômico-financeira, aumentar a participação na companhia para até 95% e então, realizar uma oferta de ações para ter o restante que ainda estiver em poder de minoritários, como Eletrobrás e fundos de investimentos.

Apesar do retrato difícil, a distribuidora gaúcha é considerada um bom ativo. Mais de 63% dos clientes pagam suas contas no prazo e 25% em débito automático, o que Fonseca acredita ser um dos melhores índices do setor. A concessionária é a maior contribuinte do estado e com a privatização, o estado deverá ter uma melhora na arrecadação .

A aposta de muitos agentes do setor e do mercado era que a CPFL Energia disputasse o leilão e levasse a CEEE-D. A empresa opera as duas outras maiores distribuidoras do estado, a RGE e a RGE Sul, dando a chance de realizar a sinergia entre os ativos. Na privatização da CEB-D, no fim de 2020, a CPFL travou intensa disputa com a Neoenergia para levar a concessionaria, saindo derrotada. Na ocasião, a Equatorial também participou, mas logo saiu da disputa.

O professor Nivalde de Castro, coordenador do grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro, também mirou na capacidade de recuperação de concessionárias em dificuldade como fator fundamental para a disputa e vitória da Equatorial. “Isso mostra que a Equatorial tem essa especialidade, tão grande que a própria CPFL que era considerada uma das favoritas pelo nosso grupo, nem entrou no leilão porque [a CEEE-D] é uma empresa com propbelaem difuiculdade e não era o perfil da CPFL”, explica.

*Colaborou Henrique Faerman