A agência de classificação de risco S&P Global Ratings atribuiu o rating ‘brAA+’ na Escala Nacional Brasil à 22ª emissão de debêntures proposta pela Light SESA, no valor de R$ 850 milhões e em série única, que inclui garantia firme no mesmo montante, podendo ser acrescida em até 20%, com vencimento final em abril de 2031. O pagamento do principal ocorrerá em três parcelas iguais, a partir de 2029.
Os recursos serão destinados sobretudo para investimentos de expansão, renovação e melhoria da infraestrutura de distribuição de energia elétrica na área de concessão da companhia. Como a S&P já incorpora tais investimentos no cenário-base de análise, não é esperado impacto material nas métricas de crédito da empresa.
Embora o prazo das debêntures propostas seja superior ao período de vigência do contrato de concessão da companhia, com término esperado para junho de 2026, a estimativa é de que a renovação do negócio junto ao Poder Concedente ocorra antecipadamente.
Cláusulas Contratuais Restritivas
As debêntures contarão com covenants financeiros que podem levar a um vencimento antecipado da dívida se a empresa atingir um índice de dívida líquida sobre EBITDA acima de 3,75x ou de cobertura de juros pelo EBITDA abaixo de 2,0x por dois trimestres consecutivos ou quatro não consecutivos.
Apesar dos impactos indiretos da Covid-19, que afetam o segmento de distribuição, a avaliação é de que não haverá uma violação dos covenants, devido à posição de caixa saudável da empresa, que finalizou o ano de 2020 em cerca de R$ 3,1 bilhões, incluindo os recursos da ContaCovid, no valor de R$ 1,3 bilhão, recebidos ao longo do ano passado.
Além disso, a Light se beneficia dos recursos da oferta pública de ações, na qual captou cerca de R$ 1,34 bilhão em janeiro de 2021, com a agência estimando um colchão de cerca de 50% na medição das Cláusulas Contratuais Restritivas da empresa nos próximos dois anos.