Do passivo de R$ 4,1 bilhões da CEEE-D que a Equatorial assume com a privatização da distribuidora gaúcha, R$ 1 bilhão vence no curto prazo, em até doze meses, por serem linhas de financiamento exclusivas para governos. Em teleconferência com analistas de mercado realizada nesta quinta-feira, 1º de abril, o presidente da Equatorial, Augusto Miranda, declarou que a renegociação da dívida da distribuidora será uma das principais frentes de ação nos primeiros cem dias após a empresa assumir o controle. “Temos liquidez, baixa alavancagem, ampla bancabilidade e acesso ao mercado de capitais para trabalhar na renegociação”, explica.

Na teleconferência, o diretor de relações com investidores Leonardo da Silva Lucas Tavares Lima, frisou que a região era a única que o grupo ainda não operava e que o perfil do cliente do Sul era diferente do Norte e Nordeste. “Isso faz bem para o mix da Equatorial”, afirma. Segundo ele, hoje a Equatorial tem mais facilidade de operar em outras regiões, por ter aumentado o número de distribuidoras ao longo dos anos. A ida para o Rio Grande do Sul pode ainda impulsionar outras vertentes de negócios que o grupo atua, como a transmissão ou mesmo o saneamento, por já ter declarado interesse em entrar após o novo marco legal do setor.

A compra da CEEE-D leva o grupo para a quinta colocação em número de clientes. Há um menor número de consumidores residenciais e maior peso dos industriai livre e comerciais, assim como uma menor base de clientes enquadrados na baixa renda. Outro diferencial na comparação com as distribuidoras do Norte e Nordeste operadas pelo grupo é o tíquete médio de consumo, de 366 kWh por cliente e a renda média por domicílio, acima de R$ 1.842. “Essas características permitem que ao implantar nosso modelo de gestão comercial com maior proximidade ao cliente, diversificação de canais e combate as perdas, os resultados sejam ainda mais eficazes do que nas nossas concessões atuais” observa.

A transferência de funcionários autárquicos para o governo do estado será na maioria de aposentados, o que vai levar a assunção da despesa, saindo da distribuidora. Essa transferência vai aliviar em R$ 450 milhões o déficit atuarial.