A Eletrobras, a Siemens Energy e o Cepel concluíram a assinatura de um memorando que estabelece a realização conjunta de estudos para obtenção do domínio do ciclo tecnológico completo do hidrogênio verde no Brasil, desde sua produção até o consumo, em dimensão de uma planta de produção piloto escalável, que permitirá expansões futuras e atividades complementares. A partir dos resultados dos estudos, as empresas envolvidas poderão avançar para a implantação de uma usina de produção de H2 em escala comercial, que produzirá hidrogênio com pegada de carbono zero.

A Eletrobras tem o crescimento de forma sustentável entre suas diretrizes estratégicas e, neste sentido, tem interesse em avaliar as variáveis críticas para o domínio do ciclo tecnológico do H2. O Cepel, braço tecnológico da Eletrobras, estuda a produção de hidrogênio através do processo de eletrólise há duas décadas e vem atuando nos aprofundamentos de pesquisas para avanços práticos no domínio deste modelo de negócio.

Nos últimos dez anos, a Siemens Energy tem desenvolvido eletrolisadores baseados na tecnologia PEM, de membrana de troca de prótons, a tecnologia mais moderna e ecológica para a produção de H2. Um grande marco foi o lançamento do eletrolisador Silyzer 300, da ordem de 17 MW, há três anos. A Siemens Energy está constantemente trabalhando em aumentar sua eficiência e capacidade instalada, sendo que uma nova geração tem sido lançada a cada quatro ou cinco anos, com aumento em dez vezes na vazão de H2 produzido.

De acordo com o head de New Energy Business para a América Latina na Siemens Energy, Andreas Eisfelder. globalmente, a empresa é uma fornecedora líder de sistemas relacionados à descarbonização. A empresa tem no Brasil seu hub de hidrogênio verde para a América Latina. Para ele, apoiar a Eletrobras tecnologicamente nesse projeto inovador é profundamente estratégico. A Eletrobras e o Cepel são considerados dois parceiros ideais para desenvolver a integração da tecnologia dentro do marco regulatório brasileiro, preparando soluções aplicáveis para o mercado nacional.

As pesquisas com hidrogênio apontam o gás como o vetor energético da economia do futuro, alinhado com o atual cenário energético-ambiental caracterizado pela necessidade de descarbonização. O hidrogênio é um dos sete temas prioritários de pesquisa e desenvolvimento, de acordo com as orientações do Conselho Nacional de Política Energética.

Amilcar Guerreiro, diretor-geral do Cepel, espera que a atuação conjunta contribua para que o Brasil se afirme como um grande produtor mundial de H2 para a descarbonização do setor elétrico de uma forma geral. Guerreiro vê potencial para isso, à medida que o combustível é produzido a partir da eletrólise da água mediante a utilização de energia elétrica obtida de fontes renováveis, como hidráulica, solar e eólica.