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O verão de 2020/2021 para os consumidores do Vale do Taquari foi mais tranquilo. Após um ano desde que foi energizado um trecho do projeto Vineyards, sob concessão da Sterlite Power, a região no centro-leste do Rio Grande do Sul forte em agronegócio viu aumento da capacidade de fornecimento de energia e evitou dificuldades que poderiam resultar até em desligamentos.

A demanda instantânea na região atendida pela Certel alcançou picos de 103 MW. E segundo Ernani Aloísio Mallmann, diretor da cooperativa, a capacidade existente ali era de no máximo 88 MW, contando com 12 MW de geração disponível na região, mas principalmente, com a linha de transmissão que disponibiliza 76 MW.

“Nesse verão, se não tivéssemos o reforço dessa linha, tenho a certeza de que com o pico registrado o sistema não suportaria e teríamos desligamentos. Um problema grande porque temos uma grande produção aviária na região e qualquer queda de energia poderia levar à morte dos frangos e consequente prejuízo aos produtores”, comentou Mallmann.

Agora, disse ele, a região conta com capacidade para atendimento ao crescimento da demanda por cerca de 10 anos. Antes do projeto, que foi antecipado pela Sterlite, o sistema estava operando próximo à capacidade nominal existente ali. Agora são 166 MVA de capacidade de transformação, um aumento de 67% ante o que existia anteriormente.

A Certel atende a 48 municípios do Rio Grande do Sul em um total de 67 mil clientes, cerca de 300 mil pessoas. A concessionária notava um crescimento na demanda e com isso solicitou urgência nesse reforço. Somente no ano passado, relatou o diretor, o crescimento da carga foi de 5,76% na comparação com 2019.

Obra
O trecho energizado no início de 2020 representa 70% do lote arrematado pela Sterlite no leilão de 2016. Que compreende ao total 114,4 km de linhas de transmissão, duas novas subestações com 496 MVA e expansão de quatro subestações nas regiões de Garibaldi, Bento Gonçalves, Lajeado e Bagé. Uma dessas novas subestações é Lajeado 3.

A escolha por esse que é a maior parte do empreendimento teve que passar pela necessidade do usuário dessa energia, a Certel. Assim como a antecipação do projeto diante da urgência que a cooperativa apresentava para ter o aumento da sua disponibilidade de energia.

De acordo com o diretor de Projetos da Sterlite Power, Sávio Da Rós, o contrato com a Agência Nacional de Energia Elétrica prevê a entrega até agosto de 2022, mas as obras deverão ser entregues ainda esse ano.

O valor estimado do investimento pela agência reguladora é de R$ 395 milhões. A transmissora não divulga o quanto conseguiu reduzir desse valor de capex. O executivo comentou que ainda não está fechado o montante justamente ainda estar com trechos em execução.

Em Lajeado 3 houve o seccionamento de uma linha de 230 kV para 69 kV para atendimento da Certel. A linha que chega à subestação vem da SE Garibaldi e encontra uma barreira natural que é apontada como o maior desafio da obra, a Serra Gaúcha e suas escarpas íngremes. Tanto que o executivo destaca que há duas torres emblemáticas que foram utilizadas ali de um total de 268 unidades ao longo de todo o lote. “São chamadas de ‘cara de gato’, pelo seu formato que lembra a anatomia de um felino”, disse ele.

Especificamente falando, houve a necessidade de realizar fundações diferenciadas por conta da localização estratégica para todo o projeto, contou o diretor. Em linhas gerais, continuou, nesse período de um ano da energização o ativo não apresentou problemas, houve apenas um episódio de interrupção de 40 minutos o que não correspondeu a nenhum evento crítico no sistema.

Agora a Sterlite projeta terminar o empreendimento no segundo semestre desse ano. Atualmente estão conduzindo a ampliação da SE Candiota 2, no sul do estado e que faz parte do lote.