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A 2W Energia registrou entre janeiro e março deste ano um crescimento de 215% no setor de varejo. Esse nicho que começou a operação em setembro do ano passado. Esse resultado, destaca a empresa, reforça a sua estratégia de ampliar o acesso ao mercado livre de energia no Brasil. Ao final de 2020 eram 111 agentes autônomos e agora o número passou a 212 e poderá chegar a 500 até o final deste ano. O lucro bruto dessa divisão já soma R$ 23 milhões ante os R$ 7 milhões reportados em dezembro.
A receita líquida da 2W Energia alcançou, no primeiro trimestre de 2021, um total de R$ 258 milhões, 58% maior que o primeiro trimestre de 2020. O EBITDA ajustado da companhia chegou a R$ 25,3 milhões, representando um crescimento de 25% sobre o mesmo trimestre do ano anterior.
A companhia encerrou o período mencionado com caixa de R$ 28,2 milhões e ainda terá o reforço de R$ 260 milhões do financiamento assinado com a Darby International Capital, em abril de 2020, para acelerar o plano estratégico da companhia.
Segundo o CEO da empresa Cláudio Ribeiro, esse crescimento tem como base a perspectiva de expansão com a estratégia de atender o mercado livre de energia para pequenas e micro empresas. A divisão de varejo acumulou um total de energia vendida de 14,9MWm com contratos de prazo médio de 5,7 anos.
Em 2020 o executivo destacou o trabalho realizado para viabilizar os dois projetos de expansão da companhia, ambos de geração eólica. O primeiro refere-se ao Projeto Anemus, de 138,6 MW de capacidade instalada e totaliza um Capex de R$ 630 milhões. O segundo o Kairós I de 50 MW.
O Anemus terá funding totalmente privado. Foram recursos obtidos com empréstimo mezanino de US$ 45 milhões assinado com a Darby International Capital, US$ 35 milhões será destinado para investimentos do Complexo Anemus, recursos que se somados com o Equity da 2W já investido e o mandato para emissão das debêntures de infraestrutura de R$ 475 milhões, coordenada pelo Banco BTG Pactual. A previsão de entrada em operação comercial é setembro de 2022. O acordo para aquisição dos aerogeradores com a WEG foi fechado.
“Foi um trimestre extremamente positivo para os produtos de varejo, segmento que tem sido o foco de nossa estratégia de crescimento e que registrou lucro bruto de R$ 23 milhões neste trimestre. A plataforma, que foi lançada em setembro de 2020, tem apresentado um crescimento exponencial. Já vendemos 15MWm de energia que será gerada e fornecida pelos nossos parques próprios de geração. Nesse ritmo, toda a energia do Complexo Anemus será destinada para os clientes da divisão de varejo”, destacou Ribeiro em entrevista à Agência CanalEnergia.
Para o ano de 2021 a empresa já coloca no radar outros dois projetos. O de Kairós I e II. O primeiro de 50 MW está com a parte financeira próxima de equacionamento com o BNB. A estimativa é de assinatura de contrato em cerca de 60 dias e a previsão de operação é para janeiro de 2023. O segundo, com 200 MW de potência, está com o processo para as negociações financeiras e técnicas sendo iniciadas ainda este ano.
Segundo o vice presidente comercial, Guilherme Moya, o projeto Anemus terá um volume de geração de 72 MW médios em P90. Todo esse volume será destinado ao mercado livre no foco de pequenas e médias empresas de diversos setores da economia, o que ajuda a minimizar o risco. A expectativa, disse ele, é de que toda a energia esteja negociada quando o ativo começar a geração de energia. “São mais de 10 setores com quem temos contratos”, revelou.
Na agenda de ESG, a 2W Energia anunciou a reformulação de seu Conselho de Administração, em fevereiro de 2021, passando a contar com sete posições, sendo desses, três membros independentes já anunciados.
A 2W é uma empresa de capital aberto e já está preparada para, caso haja a necessidade, listar ações em bolsa. Contudo, disse Ribeiro, essa medida ainda não se faz necessária. “Por enquanto temos acesso a recursos para realizar nossos investimentos que hoje são da ordem de R$ 950 milhões. Esse assunto está no nosso radar, estamos preparados, mas não é algo que necessitamos. Conversamos sempre com um pool de bancos. A abertura pode ocorrer, no curto prazo ou no final do ano, mas ainda não temos a decisão tomada”, concluiu ele.