A temática da disponibilidade da água e o seu uso pelo setor elétrico foi selecionada pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Tiago Barral, como um dos pontos de atenção no setor nos próximos anos. Em painel realizado nesta segunda- feira, 26 de abril, na edição 2021 do Agenda Setorial, Barral lembrou que a questão é sistêmica, com usinas importantes como Furnas e as do rio São Francisco sendo afetadas e alvo de consultas na Agência Nacional das Águas. Com a crise hídrica, há o embate entre o uso da água para gerar energia ou para outros fins, como irrigação.

De acordo com ele, é preciso que se faça uma reflexão e que essa análise vá para o planejamento, de modo que se saiba qual recurso hídrico estará disponível no futuro. “Se nós contamos com essa água e ela não está disponível, isso traz uma série de riscos para o suprimento” avisa. Segundo ele, isso já tem se refletido na operação do sistema.

Ainda segundo Barral, essa discussão deveria envolver a governança da água e a previsibilidade, o impacto das restrições operativas, o novo papel das UHEs na matriz brasileira, as consequências para a garantia física e o Mecanismo de Realocação de Energia.

Outros temas de atenção levantados foram a separação do lastro e energia e a precificação do carbono. A primeira rodada de workshops já foi finalizada para mapeamento de perspectivas.