Uma das vencedoras do leilão de sistemas isolados realizado na última sexta-feira, 30 de abril, a Brasil Bio Fuels vai investir cerca de R$ 80 milhões nos lotes que ela conseguiu vencer no certame. Em entrevista ao CanalEnergia Live na última segunda-feira, 3 de maio, o presidente da empresa, Milton Steagall, revelou que a BBF, que é a maior fabricante de óleo de palma da América Latina, se valeu da experiência bem-sucedida em Rondônia, onde tem usinas.
“O leilão foi extremamente produtivo, mais uma vez a BBF pode colaborar substituindo projetos de diesel por biodiesel”, afirma. A BBF vai atender dez localidades no Pará e outras duas em Rondônia. A energia contratada será gerada pelo biodiesel obtido pelo óleo de palma, produzido pela própria empresa. O início do suprimento está previsto para 2023.
O executivo ressaltou ainda que no Pará os lotes são formados por usinas que já existem, o que deve levar a uma negociação para aproveitamento do parque, que atualmente é operado pela Siemens. Em Rondônia e Acre houve transição similar. Com isso, o início de operação do parque pode até ser adiantado. “Esperamos poder entrar em uma tratativa com a Siemens para em vez de esperar até janeiro de 2023 já trazer uma solução, é a nossa melhor expectativa”, comenta. Em Rondônia, o cronograma já não será tão ágil por se tratar de usinas que ainda não existem e serão construídas. Já está em obras uma planta de biodiesel no Pará, com foco exclusivo para esse leilão de energia, que deve ficar pronta até outubro deste ano.
O combustível será produzido no estado, gerando empregos para a mão de obra local. Steagall frisa que desde que a BBF se apresentou ao mercado para plantar palma em áreas degradadas da Amazônia, ninguém mais – com exceção do gás natural – trouxe uma solução renovável aderente as necessidades de um sistema isolado. “Nesse ponto somos extremamente contributivos para a sociedade brasileira”, avisa.