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A questão do câmbio pode ser um fator significativo para a competitividade das térmicas a gás natural nos próximos leilões, seja de capacidade ou de energia nova, mesmo com o advento da lei do gás. Segundo cálculos da PSR, um custo de gás a US$ 5 na porta da térmica levaria a um CVU na casa de R$ 350/MWh. O PLD de longo prazo que é calculado pela consultoria está em uma faixa de R$ 150 a R$ 200/MWh a depender do nível de inflexibilidade de usinas que comporem a expansão do setor elétrico.
Em busca de um combustível mais barato a tendência é de que as futuras usinas estejam localizadas no litoral do país. Esse posicionamento aparece como uma forma de reduzir custos com transporte e distribuição do insumo, principalmente os que são produzidos no pré-sal.
Segundo análise do consultor Felipe Nazaré, durante a 11ª edição do Workshop PSR/CanalEnergia, cujo primeiro dia foi realizado nesta quarta-feira, 5 de maio, o breakeven para que o país tenha térmicas na base está na faixa de US$ 3,9 por milhão de BTU ao considerar apenas a energia. Com o serviços que essas usinas fornecem o valor estaria na faixa de US$ 4,6/mmBTU o que levaria ao incentivo de termos a instalação de uma potência de 5 GW.
Esses valores são parte de um estudo para avaliar economicamente o trade off de termos térmicas operando na base ou flexíveis. O horizonte desse estudo é 2030. Além dos valores apontados outras fontes passariam a ser mais interessantes do ponto de vista econômico. O custo dos serviços dessas térmicas, acrescentou, está na casa de R$ 22/MWh considerando as premissas do estudo, ou US$ 0,7/MWh.
“O valor de US$ 4,6 pelo gás é o preço máximo que o sistema pagaria para operar usinas dessa natureza na base do sistema. Mais que isso vem outras alternativas”, definiu Nazaré.
O estudo, lembra a PSR, foi feito antes da crise sanitária da covid-19 quando o dólar estava na casa de R$ 3,9. Ou seja, completou o CEO da consultoria, Luiz Augusto Barroso, a questão do câmbio tem um forte impacto para a competitividade das térmicas no país. “Para ser competitivo o gás tem que ficar na casa de US$ 4 a US$ 5 na porta da usina”, apontou o consultor.
Carbono
Outra questão que pressiona as térmicas no momento é a questão da cobrança de uma taxa de carbono que seria da ordem de US$ 20/MWh. Considerado combustível de transição para as renováveis, ainda assim teria uma cobrança que elevaria seu CVU de uma faixa de R$ 110 a R$ 120 /MWh caso o gás chegue a US$ 3/mmBTU para R$ 200/MWh.
“A taxação de carbono pode ser significativo para tirar térmicas do jogo da expansão para a usinas inflexíveis, principalmente, pois estariam gerando mais horas e com isso pagando mais, quando comparadas às térmicas flexíveis que operariam por duas horas ao dia, por exemplo”, comentou Nazaré.