O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico autorizou a ampliação das medidas emergenciais já adotadas para atendimento ao Sistema Interligado Nacional. A decisão anunciada nesta quarta-feira, 5 de maio, após a reunião mensal do CMSE, abrange geração termelétrica fora da ordem de mérito e importação de energia da Argentina ou do Uruguai, sem limitação de quantidade e preços, “desde que seja alocável na carga e respeitadas as restrições operativas, e de forma a minimizar o custo operacional total do sistema elétrico.”
O Operador Nacional do Sistema Elétrico classifica o cenário como de atenção quanto às condições de atendimento, como evidencia o desempenho do período entre setembro de 2020 e abril passado, o pior em termos de afluências desde 1931. Os reservatórios equivalentes do Sudeste/Centro-Oeste alcançaram em abril o menor nível verificado para o mês desde 2015.
Choveu abaixo da média histórica no mês passado em todas as bacias hidrográficas de interesse do sistema, com os reservatórios atingindo ao fim do período 34,7% no Sudeste/Centro-Oeste, 56,4% no Sul, 66,8% no Nordeste e 82,8% no Norte do país. Para maio são esperados níveis equivalentes a 32,3% (SE/CO), 57,0% (S), 63,8% (NE) e 83,7%(N) da energia armazenada máxima.
Em nota o Ministério de Minas e Energia informou que o ONS deverá manter tratativas com a Agência Nacional de Águas e Saneamento, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e agentes do setor, para eventual flexibilização de restrições operativas das usinas hidrelétricas.
Na reunião de hoje foram destacadas as estratégias de atuação do ONS na transição entre os períodos úmido e seco, para garantir a disponibilidade de recursos energéticos para o SIN. E também a importância da atuação das instituições, direcionada, inclusive, para a antecipação de obras de transmissão que poderão facilitar a transferência de energia elétrica entre regiões do país.
Segundo a nota, “apesar dos custos associados, [as medidas adotadas] têm se mostrado fundamentais para a garantia da segurança e continuidade do suprimento de energia elétrica no País, conforme monitoramento permanente realizado pelo CMSE.”