Um estudo desenvolvido a pedido da Abiclor pela Ex Ante Consultoria Econômica mostrou que entre 2001 e 2019, a tarifa média de energia elétrica paga pela indústria de cloro-álcalis cresceu 292%, impactando diretamente a competitividade deste setor.

No mesmo período, o custo em dólar por megawatt-hora da energia elétrica do setor subiu mais de 134%. Como resultado, o elevado custo da energia no país reduziu em quase 60% os investimentos deste setor industrial entre 2007 e 2018 e, agora, pode colocar em risco o cumprimento das metas do novo marco do saneamento ou levar à desindustrialização, caso haja uma crescente importação de produtos derivados.

Hoje, a maior parte da produção deste segmento é destinada às indústrias química e petroquímica, de papel e celulose, de sabões e detergentes e à metalurgia, além do setor de saneamento e saúde.

A energia corresponde a quase 40% do custo operacional da indústria de cloro-álcalis e não tem fonte alternativa que possa substituir a eletricidade. De acordo com o estudo, o preço da energia precisa ficar entre US$ 30/MWh a US$ 40/MWh para garantir competitividade ao setor. Atualmente, esse custo gira em torno de US$ 50/MWh.

A pesquisa aponta que o custo da energia no Brasil superou o patamar registrado em países da Europa, região em que a energia elétrica é gerada por usinas termelétricas e termonucleares, com custos bem superiores ao de geração da energia elétrica no Brasil.

Além da redução dos investimentos, a elevação do custo da energia fez com que a capacidade instalada regredisse e as importações aumentaram. “Com esse custo elevado da energia, a tendência é que o Brasil se torne importador de matéria-prima, levando a um processo de desindustrialização”, afirma o diretor-executivo da Abiclor, Martim Afonso Penna.