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Diante do forte crescimento do mercado livre de energia, nicho em que empresas com maior consumo podem fechar contratos de suprimento e preços diretamente com fornecedores de energia, a 2W Energia lançou recentemente sua comercializadora varejista e já tem o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) para operar no mercado.
A empresa, que está posicionada entre as grandes comercializadoras independentes, mira agora no segmento varejista, acreditando na forte expansão deste mercado nos próximos anos e na liberalização da maior parte das empresas para o Ambiente de Contratação Livre (ACL). A ideia é aproveitar essa experiência para buscar mais negócios no mercado livre focando em consumidores menores.
Segundo o CEO da empresa, Cláudio Ribeiro, a 2W já está atuando para que pequenas e médias companhias passem para o mercado livre sem que elas precisem se registrar como agentes na CCEE e por ter melhores condições a esse novo consumidor.
“Essa modalidade está muito mais desenvolvida no exterior e tem muito a crescer nos próximos anos no Brasil. Hoje, mais de 50% dos consumidores do setor de serviços aptos a migrarem para esse mercado ainda não fizeram a migração”, diz o executivo.
De acordo com dados da CCEE, são cerca de 150 novas migrações do mercado regulado todos os meses. O vice-presidente comercial e de marketing da 2W, Guilherme Moya, conta que clientes com um consumo médio a partir de R$ 40 mil podem fazer uso dos serviços.
“A intenção é que até o fim de 2021, a companhia consiga ajudar entre 200 a 300 empresas a migrarem para o mercado livre”, diz Moya.
Na análise do gerente sênior de Infraestrutura da Rio Bravo, Victor Tâmega, há uma tendência crescente de digitalização e descentralização na expectativa de que cada vez mais consumidores de baixa tensão tenham a opção de escolher seus fornecedores e fazer a gestão do consumo.
“Já prevendo esse ambiente de negócios, já vemos muitos players se adiantando em plataformas digitalizadas e descentralizadas em que pessoas físicas possam fazer uso desses benefícios”.
Expansão em renováveis
Como parte do plano de ampliar as iniciativas comerciais, a 2W está também aumentando o portfólio de renováveis com a construção de parques eólicos. Entre os destaques, estão o parque de Anemus, com 139 megawatts, no Rio Grande do Norte, e Kairós, com 42 megawatts, no Ceará. Ambos com investimento total de R$ 950 milhões.
Até o início de 2024, os dois projetos já estarão operando, mas a empresa tem avançado na comercialização da produção futura da Anemus e a ideia é vender toda energia do parque no varejo antes da operação comercial. Guilherme Moya acrescenta ainda que a empresa vem se tornando uma plataforma integrada que vai da geração até o consumidor final.
IPO fica para depois
Em 2020 a empresa ensaiou um plano de abertura de capital na B3, mas desistiu da ideia. Cláudio Ribeiro explica que o IPO pretendia levantar recursos para os projetos de geração, mas como a companhia estruturou outra forma de financiamento, não há uma urgência na operação.
Outro motivo da desistência do IPO é a “conjuntura do mercado” que levou a empresa a ter mais cautela e optar por aguardar o “momento conveniente” até realizar a abertura de capital. No entanto, o CEO diz que a ação não está descartada. “Estamos prontos para isso, mas não podemos precisar quando será”.