A joint venture VTRM, formada pela Votorantim Energia e CPP Investments, vai investir R$ 189,98 milhões no primeiro parque híbrido de energia solar e eólica do Brasil. O projeto piloto foi aprovado recentemente pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e combina a complementaridade entre as fontes para geração de energia para melhor aproveitamento energético.

A estrutura da nova usina solar terá capacidade inicial para gerar 68,7 MW (85,2 MWp) e será instalada em um terreno ao lado do já existente parque Ventos do Piauí I, que tem capacidade instalada de 205,9 MW, com uma subestação de transmissão compartilhada.

A energia do projeto solar irá complementar a produção do projeto eólico cuja geração é mais intensa no período noturno. A operação está prevista para o início de 2023 e terá uma capacidade instalada total de 274,6 MW destinada ao mercado livre.

“Desde 2017, investimos em estudos relacionados a projetos híbridos para avaliar a viabilidade e as vantagens da combinação das fontes solar e eólica, contribuindo com os avanços da regulação para uma iniciativa como esta”, diz Fabio Zanfelice, presidente da Votorantim Energia.

Potencial combinado
Esse tipo de planta híbrida tem como objetivo trabalhar a complementaridade de fontes que costumam gerar em horários ou épocas diferentes, como eólica e solar. Segundo o executivo, isso possibilita a otimização e utilização da capacidade ociosa do sistema de transmissão de energia, além de reduzir a exposição a variações do preço de energia de curto prazo ao longo do dia.

“Essa decisão da Aneel representa um passo relevante para a modernização do setor, que permitirá a redução de custo de operação e a otimização do uso do sistema de transporte de energia tornando mais competitivos os novos projetos de energia renovável no país”, avalia Zanfelice.

A geração híbrida faz parte da estratégia da Votorantim Energia de expandir a geração de energia renovável. A empresa está construindo dois novos complexos na região, com investimento de R$ 2 bilhões e previsão de operação para 2023. Os novos projetos já nascem preparados para aproveitar o potencial combinado da força dos ventos com a energia do sol.

Os projetos seguem em linha com os avanços que a Aneel vem fazendo para viabilizar projetos híbridos de geração para uma agenda de transição energética. Atualmente as regras para contratação de empreendimentos neste formato estão em deliberação na Agência para abertura da segunda fase da Consulta Pública.