O Cepel e a Marinha do Brasil formalizaram na última terça-feira, 25 de maio, um acordo de cooperação técnica para o desenvolvimento de projetos de abastecimento de energia elétrica das ilhas oceânicas do país, a partir de fontes renováveis.

O Cepel já havia dado apoio técnico à Marinha em iniciativas do gênero, por meio de solicitação direta do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Eletrobras, e o novo termo de cooperação terá início justamente no arquipélago de São Pedro e São Paulo, onde, há mais de duas décadas, o Centro instalou a única fonte de energia elétrica local, por meio de painéis fotovoltaicos e baterias.

Segundo o diretor-geral do Cepel, Amilcar Guerreiro, a cooperação reflete em ações voltadas para questões relacionadas à maximização da eficiência energética, como a adoção de sistemas de produção de energia solar.

“O arquipélago de São Pedro e São Paulo não é apenas mais um conjunto de pequenas ilhas no Oceano Atlântico, quase desconhecidas. No local, a Marinha mantém uma Estação Científica, que precisa ter seu suprimento elétrico revitalizado, haja vista a potencialidade do local enquanto campo de pesquisa e também o interesse estratégico para o nosso país. Essa potencialidade justifica a necessidade de superação dos obstáculos naturais do sítio”.

O arquipélago de São Pedro e São Paulo é um importante campo de pesquisa e de interesse estratégico para o Brasil

O contra-almirante Antonio Cesar da Rocha Martins, secretário da CIRM, acrescenta que o Cepel está proporcionando ao arquipélago a condição de habitabilidade, que dá o direito de o Brasil ter esta zona de forma exclusiva.

“Nós só temos o direito de estabelecer uma Zona Econômica Exclusiva de 200 milhas no entorno de São Pedro e São Paulo porque estamos garantindo a condição de habitabilidade do arquipélago. Obviamente, a habitabilidade das ilhas passa pela condição de geração de energia. Então, a contribuição do Cepel, que está conosco desde o estabelecimento da primeira estação, é muito importante”.

O acordo também prevê o apoio técnico do Cepel em projetos de geração renovável e eficiência energética em outras ilhas brasileiras de interesse da Marinha. Além do arquipélago de São Pedro e São Paulo, a Marinha possui estação científica na ilha de Trindade, onde pleiteia extensão da plataforma continental junto à Comissão de Limites, e tem perspectiva de ter uma terceira estação, em Fernando de Noronha.