Apesar da previsão do Plano Decenal de Expansão (PDE) de que as hidrelétricas percam espaço na matriz elétrica nos próximos anos, a GE Renewable Energy acredita que ainda há um potencial mercado de usinas novas de médio porte.
O planejamento energético do país prevê que a expansão se dará principalmente por energia solar, eólica e usinas térmicas a gás natural. O líder de vendas de Hydro da GE Renewable, Eduardo Cardoso, reconhece que não há uma grande expansão hídrica alinhada com o Plano Decenal de Expansão, mas entende que esses novos empreendimentos de médio porte ajudarão a manter e garantir a expansão de fontes não despacháveis.
“Para garantir a maior inserção de fontes intermitentes ou renováveis não despacháveis, como eólica e solar, é preciso ter uma rede que aguente as oscilações e a demanda e forneçam serviços que garantem a rede estável e viva. As térmicas e hidrelétricas têm esse papel”.
Na avaliação do executivo, serão usinas de médio porte que darão sustentação ao sistema, pelo baixo potencial de impacto ambiental e por algumas estarem perto dos centros consumidores.
“A gente entende que usinas de médio porte que trazem um impacto ambiental reduzido e estão mais perto dos centros de carga e consumo, ainda tem espaço para isso no Sul, Sudeste e Centro-Oeste também”, diz.
Modernização e repotenciação
Um outro segmento que a fabricante está de olho são as possibilidades de reformas, repotenciação e modernização de usinas, além da automação e digitalização das UHEs. Isso porque essas usinas serão importantes por muito tempo. Hoje a fonte hídrica responde por cerca de 60% da matriz elétrica, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica.
“As grandes hidrelétricas têm um projeto de décadas passadas e com o avanço de softwares e tecnologias de estudo de utilização da potência da água, o que se tem hoje é muito melhor do que foi feito há 40 anos”.
Cardoso considera que a companhia pode absorver esse mercado, já que a GE participou de 40% dos grandes projetos hidrelétricos do Brasil e conhece os grandes empreendimentos hidrelétricos do Brasil. Todavia, ele pondera que é preciso haver uma adequação de regulação e remuneração para que os geradores se sintam atraídos para esse tipo de investimento.