O Sistema Nacional de Meteorologia emitiu na última quinta-feira, 27 de maio, um alerta de emergência hídrica associado à escassez de chuvas na região da bacia hidrográfica do Paraná para o período de junho a setembro desse ano. Foi a primeira vez que o SNM divulgou um alerta desse tipo, reforçando a gravidade da crise provocada pelo pior período hidrológico dos 91 anos do histórico de vazões, entre setembro de 2020 e maio de 2021. A bacia abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.

O sistema coordenado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é integrado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), tendo ainda a participação  de todos os órgãos federais ligados à meteorologia e do Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).

Em nota conjunta, Inmet, Inpe e  Censipam destacaram que o alerta mostra “a importância das previsões meteorológicas na antecipação e na redução de riscos para a população.” O aviso do SNM foi divulgado no mesmo dia em que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico reforçou em reunião extraordinária a necessidade da flexibilização das restrições hidráulicas das usinas hidrelétricas Jupiá, Porto Primavera, Ilha Solteira, Três Irmãos, Xingó, Furnas e Mascarenhas de Moraes.

A decisão vai além da questão energética e diz respeito à preservação do uso da água ao longo do período seco de 2021. No caso da bacia do Paraná, onde a situação é mais crítica, há uma preocupação do CMSE em “mitigar o risco da perda do controle hídrico.”

A nota conjunta dos órgãos de meteorologia lembra que estudos de acompanhamento meteorológico realizados pelo SNM para o setor elétrico indicam que a maior parte da região central do país entrou no período de menor volume de chuvas, com a estação seca entre maio e setembro. Previsão do INPE, Inmet e Funceme mostram para o trimestre de junho a agosto a mesma tendência de pouca chuva na maior parte da bacia do Paraná, confirmando projeções de outros centros internacionais de previsão climática.