A previsão de chuvas para junho mostra a continuidade da pressão hídrica que o país tem vivido. A estimativa de afluências para o próximo mês estima que os volumes mais elevados não chegam a 80% da média histórica dos últimos 91 anos. Segundo a projeção inicial do ONS para o Programa Mensal de Operação do próximo período, no Norte estão os maiores montantes de energia natural afluente com 77% da média de longo termo. No Sudeste/Centro-Oeste a expectativa é de 63% da média, seguido do Sul com 54% e no Nordeste a menor, com 38% da média histórica.
Em paralelo, a projeção é de crescimento da carga em 6,6% na comparação com o mesmo período de 2020. Bom lembrar que nesse período ainda havia o impacto das medidas de isolamento social imposto pelo início do combate à pandemia de covid-19.
No Norte está a previsão mais elevada de carga, alta de 8,8%, no NE é de 7,7%, no Sul de 5,7% e no SE/CO de 6,3%. Se confirmada a projeção, a carga no país alcançará 65.791 MW médios.
Com isso, o operador calcula que os reservatórios no SE/CO continuarão em queda, sendo que ao final de junho deverão alcançar apenas 28,8% de uso em 30 de junho ante os 32,1% desta sexta-feira, 28 de maio. No Sul a estimativa é encerrar o próximo mês em 69,8%, no NE está em 54,2 e no Norte o nível mais elevado com 83,3%.
Estimativa de reservatórios versão original do PMO. Fonte: ONS
Assim, os valores estimados para o Custo Marginal de Operação para a próxima semana operativa aumentaram e estão divididos em dois grandes blocos. O primeiro no SE/CO e Sul com a média de R$ 323,94/MWh reflexo da carga pesada em R$ 345,29, a média em R$ 339,51 e a leve em R$ 306,64. Por sua vez NE e N estão com valor equacionados em todos os patamares em R$ 258,37/MWh.
Como consequência dessa elevação estimada de custos a previsão de despacho térmico é de 9.655 MW médios na próxima semana operativa. Isso sem contar com aquelas usinas que estão sendo usadas para garantir o atendimento da demanda por conta da crise hídrica pela qual o país passa.
A estimativa é de 5.378 MW médios dentro da ordem de mérito, outros 4.081 MW médios por inflexibilidade e mais 196 MW médios por restrição elétrica. Para efeitos de comparação, ao longo desta sexta-feira – excluindo o período de desligamento ocorrido às 11h26 – a geração térmica ficou na casa de 13 mil MW. A previsão desta semana era de um despacho de UTEs na casa de 8.950 MW médios.