A demanda por energia no Brasil atingiu 42.311 GWh em abril, crescimento de 13,8% em relação ao mesmo período do ano passado, com todas as classes e regiões apresentando taxas expressivas de expansão, com destaque para a indústria, informa o levantamento mensal da Empresa de Pesquisa Energética.

O efeito base baixa alavancou o aumento, levando o consumo total a alcançar a maior variação mensal de toda a série histórica desde 2004. Já no acumulado em 12 meses a demanda totalizou 484.472 GWh, expansão de 1,2%. Já as regiões tiveram elevações de  15,1% no Sudeste, 14,5% no Sul, 13,8% no Norte, 13,5% no Nordeste e 5% no Centro-Oeste.

Com 25% a classe industrial apresentou o maior consumo no mês desde 2015, mas o resultado também é atribuído pela base baixa de comparação, já que abril de 2020 foi um dos meses mais agudos da pandemia. O Sudeste puxou metade da expansão, enquanto Nordeste ficou com 31,7%, maior taxa de crescimento.

Nos ramos industriais, observa-se uma alta disseminada entre nove dos dez segmentos mais eletrointensivos, com a metalurgia puxando o índice impulsionada por siderurgia e metais não-ferrosos (alumínio primário); e produtos minerais não metálicos, sob influência do aumento das vendas de cimento. Já o setor automotivo, com 81,8%, teve a maior variação de crescimento no período.

Nas residências a demanda subiu 7,9%, com influências do ciclo maior de faturamento de algumas distribuidoras e a continuidade de parte da população em distanciamento social.

No Sudeste, Rio de Janeiro e São Paulo foram os maiores destaques da região, com 15,9% e 11,8%. Na região Sul, o clima mais seco nos estados do Paraná e Santa Catarina contribuiu para o resultado de 5,9%. O Norte variou 4,8, com queda apenas no Amazonas e Acre, estados ainda sob efeito de inundação de seus rios.

Já a atividade comercial registrou incremento de 12,4%, segundo maior resultado positivo depois da queda apresentada durante todo ano passado, tendo no Nordeste seu maior destaque, com avanço de 15,7%, seguido pelo Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Quanto às modalidades de contratação de energia, o mercado livre apresentou crescimento de 28,9% na demanda e o consumo cativo das distribuidoras cresceu 6,4%, também influenciadas pelo efeito de base baixa.