Avaliações contidas no Especial Mensal do Climatempo sobre o impacto das mudanças climáticas no setor de energia mostram que no contexto brasileiro, há uma sinalização que no Nordeste as chuvas estão diminuindo ao longo do tempo, o contrário do que ocorre no Sul, o que pode impactar negativamente e positivamente na produção de energia. O especial está disponível na seção biblioteca do CanalEnergia.
De acordo com o documento, o setor é chave no assunto, possuindo um papel importante no combate a emissão de gases do efeito estufa, por meio da geração renovável e limpa. O setor também é responsável por parte das emissões, causado pela queima de combustíveis fósseis.
O especial também mostra que a transmissão e a distribuição também podem ser afetadas por eventos climáticos, visto que a preocupação das concessionárias tem aumentado cada vez mais, em decorrências de tempestades e ventos acima da média que interrompem o fornecimento de energia e derrubam torres de transmissão.
No Brasil, um grupo de pesquisadores que analisou as alterações de volume de precipitação, escoamento e evapotranspiração na Bacia do Prata acredita que as vazões médias dessas sub-bacias poderão variar em até 20% em um futuro próximo, com tendência de aumento da precipitação no setor centro-sul e redução no setor norte da Bacia do Prata. A bacia tem como principais rios o Paraná, o Paraguai e o Uruguai.
O Climatempo também convidou o especialista em mudanças climáticas Pedro Regoto para participar do especial. Ele apresentou pesquisa recente sobre mudanças em eventos extremos relacionados à temperatura do ar e precipitação sobre o Brasil, para o período 1961-2018, baseando-se em dados de estações meteorológicas/pluviométricas do Instituto Nacional de Meteorologia e da Agência Nacional de Águas. A avaliação é que a intensidade e frequência dos extremos quentes aumentaram e dos extremos frios reduziram significativamente em todo o Brasil. Para os extremos de precipitação, o estudo mostra que os padrões das mudanças espaciais no país não são homogêneos como para os extremos de temperatura, o que leva a uma grande variabilidade espacial.
Porém nas Regiões Nordeste e Sul as tendências dos extremos de chuvas são de redução e aumento significativos, respectivamente. No restante do Brasil, os sinais de mudança de chuva são muito heterogêneos, sem apresentar um sinal robusto.
Para saber mais detalhes, acesse o portal da Climatempo e nossa Biblioteca, além de acompanhar as novidades, toda terça-feira, no CanalEnergia Live.