A projeção do fator de ajuste do MRE deverá ficar em no máximo 77,4% em média no ano de 2021. Esse é o resultado da análise de sensibilidade que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica apresentou nesta segunda-feira, 31 de maio, para o limite superior do indicador. Esse índice, se confirmado, será o menor dos últimos quatro anos, em 2020 ficou em 80,2%.De acordo com a análise menos otimista, que traz os dados do limite inferior o índice calculado para o ano de 2021 é de 74,7%.
Já o Encargo sobre Serviços do Sistema para este ano é projetado em R$ 5,2 bilhões até o mês de maio. Esse valor continuará a aumentar uma vez que a projeção dos valores gerados por conta do despacho fora da ordem de mérito não são calculados. Esse valor no acumulado dos cinco primeiros meses do ano já está 40,9% a mais do que o apurado em todo ano de 2020. Para efeitos de comparação, em 2019 o montante de ESS ficou em pouco menos de R$ 1,7 bilhão.
Em termos de armazenamento na análise de sensibilidade mais otimista os indicadores apresentados levam o armazenamento no SIN ao menor nível em novembro, com 21% do total no país. O replecionamento ocorre a partir do mês seguinte chegando ao pico em maio de 2022 com 53%. Esse nível é 11 pontos acima do reportado neste mês pela CCEE. Maio de 2021 encerra com o uso de 42% dos reservatórios.
No limite inferior, o menor volume acumulado ocorreria em novembro com 17%. A curva passaria a aumentar até alcançar o máximo em maio de 2022 com 52%.
A situação do maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste deverá continuar pressionada. No limite superior a estimativa é de que chegue a 17% em outubro, mantenha esse nível em novembro, quando começa o período úmido. E assim a previsão de que chegue ao pico de 45% em abril de 2022. No limite inferior, o cenário aponta mínima de armazenamento em novembro com 14% do total e retomada até 47% em maio de 2022.
As estimativas da câmara para a energia natural afluente no viés otimista indicam que as vazões deverão ficar abaixo da média histórica ao longo do horizonte dos próximos 14 meses. Os dados da CCEE mostram que o nível mais próximo da MLT deverá ser verificado em novembro deste ano com 86% e mais à frente em maio de 2022 com 87%. No pico do período úmido a ENA calculada é de 78% da MLT em março próximo. Em janeiro aponta 77% e em fevereiro 74%.
Os valores máximos de PLD apresentados indicam – como esperado – uma curva ascendente, mas que chega ao PLD máximo de R$ 583,88 a partir de julho e perdura até setembro. A partir de outubro, quando estaria na casa de R$ 555/MWh é que começa a recuar, esse comportamento e patamar de preços alcança todo o país, pelo menos até março de 2022.