A partir de uma demanda do Comitê de Meio Ambiente da Eletrobras, o Cepel iniciou o projeto de Indicadores para Gestão da Sustentabilidade (IGS), visando desenvolver uma ferramenta para monitorar e analisar aspectos-chave da gestão socioambiental das empresas do grupo, que respondem por mais de 30% da geração de energia no Brasil e 40% dos ativos de transmissão.
A evolução da iniciativa trás dois componentes. Um deles é o IGS 2.0, que coleta dados via internet, relaciona as informações armazenadas e produz sumarizações e relatórios, permitindo realizar diversos tipos de análises, tanto para atividades operacionais, quanto para atividades gerenciais.
Segundo a pesquisadora Katia Garcia, gerente do projeto, a solução é totalmente customizável, o que permite sua utilização por qualquer empresa, além de possuir maior flexibilidade no armazenamento de dados, definição das variáveis, indicadores, periodicidade de coleta e nos processos de homologação.
“A confiabilidade das informações disponibilizadas é assegurada por criptografia e uma cadeia de homologação, que permite rastreamento e identificação de sua origem, facilitando ações corretivas”, acrescenta Katia.
Todas empresas Eletrobras utilizam o IGS 2.0, com cerca de mil usuários espalhados por mais de 350 unidades operacionais para acompanhar cerca de 300 KPI (Key Performance Indicators) das áreas de desempenho empresarial, meio ambiente e sustentabilidade e de pesquisa, desenvolvimento e inovação, relacionados à geração, transmissão e a atividades de apoio à operação.
Os dados são utilizadas para comunicar o desempenho nos Relatórios de Sustentabilidade e de Administração das empresas, compondo também o Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), além dos questionários voltados aos investidores, como os da B3, da Dow Jones, do CDP (Carbon Disclosure Project), além do acompanhamento da Agenda 2030, relacionada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
Já o IGS-Relat possibilita a produção de relatórios de sustentabilidade inteiramente aderentes à metodologia da Global Reporting Initiative (GRI), uma das mais renomadas e respeitadas organizações mundiais dedicadas a estimular e divulgar práticas ESG.
Os dois componentes são integrados à plataforma Emisfera, que permite calcular as emissões de GEE das atividades de uma empresa ou corporação e acompanhar as metas de redução de emissões, podendo identificar casos de boas práticas ao detectar iniciativas que levam ao declínio significativo de emissões.
A solução é útil ainda na elaboração de planos de descarbonização ao apontar os maiores gaps em termos de emissões, sendo submetida a auditoria independente há seis anos, que atestam sua conformidade às metodologias consagradas internacionalmente para cálculo de emissões corporativas de GEE.
Katia assegura que, com o uso do Sistema IGS ou de um de seus componentes, as empresas conseguem maior agilidade e confiabilidade na coleta e análise das informações relacionadas à temática ESG.
“Depois de um longo tempo desenvolvendo e aprimorando o sistema, acreditamos que hoje ele esteja maduro para ser absorvido pelo mercado, sejam empresas do setor elétrico, sejam mesmo de outros setores”, finaliza a pesquisadora.