Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

O leilão de energia nova A-5 deste ano, agendado para o dia 30 de setembro, levou ao cadastramento de quase 94 GW em projetos. Segundo a Empresa de Pesquisa Energética, os maiores são a fonte solar, seguida pelo gás natural e eólica em termos de potência instalada. E ainda há destaque para a caçula das fontes de geração a entrarem em leilões para o mercado regulado, esse certame marca a estreia da RSU ou resíduos sólidos urbanos com 315 MW cadastrados, ou 0,33% do total.

Apesar da participação, a associação que representa o setor, a Abren, mostrou-se surpresa e se diz otimista com esse verdadeiro ‘cartão de visitas’ que a fonte apresenta em sua primeira disputa. Os projetos destinados a essa modalidade foram incluídos em um leilão específico, não disputarão com outros empreendimentos, apenas entre iguais. Essa iniciativa, destaca a EPE, busca uma maior diversificação da matriz elétrica brasileira, além de permitir uma melhor destinação
desses resíduos.

De acordo com o presidente executivo da entidade, Yuri Schmtike, esse volume de projetos cadastrados surpreendeu. Desses  315 MW disse que 131 MW estão em três projetos já licenciados, dois na Região Metropolitana de São Paulo e um no Rio de Janeiro. “Estamos muito otimistas com a entrada no leilão deste ano. Para o ano que vem é possível termos muito mais projetos, a expectativa é de que tenhamos pelo menos 12 projetos que vão de 30 a 50 MW de potência instalada entrando com o licenciamento que é estadual”, avalia o executivo.

Em sua avaliação, o leilão deu um sinal econômico para que os investidores comecem a trabalhar em novos projetos e iniciar o licenciamento.

Os projetos já licenciados estão divididos em Barueri (SP) com 20 MW de potência instalada, outro em Mauá (SP) com 80 MW e o terceiro no Rio de Janeiro com 31 MW.  O executivo avalia que esse montante mostra que o setor está otimista com a perspectiva de entrar na matriz energética brasileira, apesar desta não ser o principal negócio deste segmento.

Schmitke explica que o principal foco do RSU é o tratamento do lixo urbano. A modalidade de geração de energia vem como um subproduto, mas que possui potencial crescente ao passo que o marco do saneamento avança. Segundo a entidade, se o país alcançar uma taxa de 48% do lixo produzido nas 28 principais regiões metropolitanas do país enviado para a incineração, o potencial é de 2,3 GW de potência instalada nessa modalidade de geração.

Os dois maiores potenciais estão nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, 465 MW e 354 MW, respectivamente. Para fins de comparação a terceira maior é o DF e seu entorno com 136 MW.

Dados da Abren apontam que a incineração de uma tonelada de resíduos gera de 450 a 600 kWh de eletricidade. Para fins de comparação, explica o executivo, o biogás de aterro produz 65 kWh por tonelada. Atualmente, o investimento está na casa de R$ 36 milhões a cada MW de potência instalado. O valor, reconhece o executivo, ainda é elevado, a energia está na casa de R$ 600/MWh.

“Com o novo marco do saneamento e a concessão por 30 anos mais os CCEARs de 20 anos temos as condições de buscar recursos via project finance no BNDES. Mas há associados que já dispõem de recursos via debêntures incentivadas, FIDC Verde entre outros”, explica ele.

Schmitke defende a ampliação da fonte, inclusive para o leilão de capacidade, justamente pelos atributos ambientais dessa geração. A entidade trabalha para que seja ainda adotada no país uma taxação aos municípios por conta da existência de aterros sanitários ao ponto de as municipalidades serem incentivadas a incinerar os resíduos, atividade mais custosa no ponto de vista direto, mas que não considera os valores economizados com saúde pública. Esse valor, comenta ele, é de R$ 5,4 bilhões ao ano por conta de doenças associadas ao lixo urbano.

Atualmente as prefeituras pagam cerca de R$ 100 por tonelada recebida para o aterro. “Essa é uma questão de política pública que pode trazer benefícios para a questão do saneamento no Brasil”, define.