O ex-diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Jerson Kelman, concorda que o sistema brasileiro está sujeito a flutuações hidrológicas e que o setor não está preparado para a pior hidrologia em 91 anos, mas discorda da comparação de que o ano de 2021 seja igual a 2001.

Segundo Kelman, “algumas medidas excepcionais” precisam ser tomadas diferente de 2001. Ele diz que há 20 anos, o setor tinha mais de 90% da matriz elétrica era baseada em hidrelétricas, enquanto hoje a média é de 64%.

“Não construíram usinas suficientes e chegamos com insuficiente água em estoque é insuficiente térmicas para fazer frente à energia, portanto o consumo médio. Não é essa a situação de hoje, graças em grande parte a entrada de novas gerações: eólica, solar e térmicas.”, disse o executivo em evento on-line realizado nesta quinta-feira, 17 de junho, pelo Instituto Escolhas e a EPBR.

O executivo acrescenta que as garantias físicas foram o principal problema de 2001, já que a soma dessas garantias não correspondia a capacidade do sistema de gerar energia. “Moeda falsa no sentido de garantia física que não corresponde a real capacidade de geração de energia leva a não se contratar novas usinas quando elas são necessárias”.

Para ele, ainda há tempo de tomar medidas para evitar que não tenhamos uma crise. “A crise não existe ainda. Em 2001, nós tivemos uma crise porque tínhamos um racionamento para ser gerenciado”.