A despeito da terminologia atribuída aos temas além da privatização da Eletrobras, sejam eles jabutis ou contribuições legislativas, o fato é que o mercado financeiro reagiu positivamente à aprovação da MP 1031, as ações da elétrica estavam entre as mais valorizadas do dia e encerraram em alta de 5,98% ante o fechamento do dia anterior.
Nos últimos meses, desde que a MP foi apresentada, em 26 de fevereiro, a cotação da ação ordinária, com direito a voto (ELET3) saiu de um patamar de R$ 32,37 para o fechamento desta sexta-feira, 18 de junho a R$ 46,22. Já as preferenciais classe B (ELET6) saíram de R$ 32,78 para R$ 45,85.
Na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, a abertura do mercado desta sexta mostrou o otimismo no início do dia, pois os investidores ainda tinham em seu radar uma expectativa tanto de aprovação quanto de rejeição da matéria. Com a aprovação as ações abriram o dia em alta, mas o impacto da aprovação para os papeis não deve ser tão expressivo.
“Sem os penduricalhos a privatização seria melhor, tanto é assim que avaliamos em neutro para as ações da empresa o avanço da matéria”, comentou ele durante entrevista ao CanalEnergia Live desta sexta-feira, 18 de junho, que repercutiu a aprovação da MP 1031 no Senado.
O valor mais alto do dia para as ações PNB foi de R$ 47,69 e para a ON ficou em R$ 47,99 picos alcançados logo no início das negociações. De acordo com Sanchez, apesar de não ser a ideal esse foi o texto possível nesse acordo costurado no Congresso Nacional que abre espaço para que a Eletrobras receba a injeção de capital.
Em geral, com a efetivação da desestatização a empresa deverá ter mais possibilidades de investimentos uma vez que o processo será mais transparente em termos de gestão. “O trabalho de limpeza e de subida da dívida foi bem feito e agora a empresa precisa colocar o dinamismo do capital a seu favor e tirar o aparelhamento do estado. Isso melhora a solvência e permite uma maior alavancagem”, comentou ele.
Na análise da Ativa, os penduricalhos que ficaram sob a responsabilidade da elétrica atrapalha na avaliação do valor da empresa, mas a situação é sem dúvida melhor do que antes. Esse, disse ele, é o custo de oportunidade, apesar de ser menor do que poderia chegar sem os custos adicionais impostos ao longo do processo de tramitação.