Após o anúncio do ministro Bento Albuquerque que diretrizes para produção de hidrogênio no país devem sair em breve, a presidente adjunta da Neoenergia, Solange Ribeiro, também prevê que o país tem tudo para ser um player forte na área. De acordo com ela, a avaliação vem ao olhar potenciais brasileiros como o eólico. “Há países como a Alemanha que já estão colocando isso no mercado, existe esse apetite”, explica. Ela participou do painel “Promovendo a descarbonização e a digitalização na América Latina”, dentro da Latin America Energy Week, promovida pela Siemens.
Apesar do otimismo com o energético, a executiva ainda vê o momento como de análise e o preço como fator preponderante para o deslanche. A executiva vê metas globais de descarbonização e acesso universal sustentável a energia longe de serem cumpridas, mas comemora os que já foi alcançado até aqui na fonte eólica e solar. “Isso é um bom caminho que pode trazer uma parte das economias que a gene precisa”, avisa. O alto grau de competitividade no Brasil dessas fontes também foi destacado por Solange Ribeiro.
Ela acredita ser preciso uma resposta do comportamento do consumidor e das empresas, de modo que haja uma resposta para evitar as emissões. A transição energética também pode auxiliar na diversificação da economia da América Latina. A fartura da região em renováveis pode ser um nicho de oportunidades de negócios. “É possível ajudar na diversificação da economia com a energia limpa tendo um papel fundamental”, comenta.
O compromisso das empresas com a redução de emissões e sustentabilidade é um ponto importante para a presidente da Neoenergia, assim como também a certeza de oferecer sempre energia limpa e barata essas empresas. Na Neoenergia, cerca de 90% é de fonte renovável. Investimentos em inovação, a atração do setor de transportes e mais atenção para eficiência energética foram outros pontos destacados pela executiva.
Para Cristina Pinho, do Instituto Brasileira do Petróleo e Gás Natural, o Brasil está mais perto do perfil ideal de matriz energética, com 48% de renováveis contra uma média global de 14%. Segundo ela, o novo mercado de gás pode fazer o insumo competitivo e não desperdiçar as janelas de oportunidades. Ela também acredita no êxito do hidrogênio verde no país, lembrando que o tema vem sendo discutido já há muito tempo, sendo mais uma oportunidade de investimentos.