A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia avalia que há um contexto econômico favorável para o mercado de debêntures de infraestrutura no Brasil, o que inclui as chamadas emissões verdes. Esse tipo de captação representa em torno de 10% das debêntures de infra emitidas desde 2012, chegando a R$ 11,2 bilhões de um total de R$ 116,9 bilhões para os setores de energia, transporte e logística, telecomunicações e saneamento.
Em nota técnica divulgada nesta terça-feira, 29 de junho, a SPE aponta um potencial de até R$ 64 bilhões para novas emissões, na hipótese otimista de que todas os lançamentos autorizados em portarias pelos ministérios setoriais irão, de fato, ocorrer nos próximos 24 meses.
As debêntures classificadas como títulos verdes “apresentam grande perspectiva de crescimento na medida em que se multiplica, no mercado de capitais doméstico, o número de investidores a procura de ativos sustentáveis”, afirma o documento, que aponta a possibilidade de canalização desses papéis para investidores internacionais.
Em junho do ano passado, o Decreto 10.387 estabeleceu um processo simplificado e acelerado de aprovação dos pedidos de emissão de debentures pelos ministérios dos setores de infraestrutura para projetos que apresentam benefícios ambientais e sociais. Foram enquadrados nessa classificação usinas eólicas, solares e pequenas centrais hidrelétricas.
Um total de 43% das emissões classificadas pelo mercado como verdes teriam sido feitas nos últimos 12 meses, alcançando R$ 4,8 bilhões, contra R$ 6,4 bilhões (57%) do período pré-decreto. A totalidade das operações realizadas até meados de 2020 eram direcionadas a empreendimentos do setor de energia, especialmente projetos do setor elétrico.
A adoção do fast track levou à diversificação dos setores com projetos financiados desde junho de 2020, sendo R$ 2,4 bilhões (50%) para de energia, R$ 1,2 bilhão (25%) para transporte e R$ 1,2 bilhão (25%) para saneamento.
Apesar da pandemia, no ano passado as emissões de debêntures verdes atingiram o montante significativo de R$ 3,6 bilhões. O pico dos lançamentos, no entanto, foi atingido em 2019, com R$ 4,3 bilhões.