De acordo com a agência de classificação de risco Fitch Ratings a compra da CEA (AP) pela Equatorial não afeta a qualidade de crédito de suas subsidiárias Equatorial Pará e Equatorial Transmissão. As duas empresas são classificadas com Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ e Perspectiva Estável.
Segundo a agência, a compra da CEA fortalece ligeiramente a escala de negócios do grupo Equatorial e sua presença na região norte do país. Ao mesmo tempo, não desenquadra o perfil financeiro consolidado do incorporado na atual classificação das duas subsidiárias. A holding vai aportar R$ 400 milhões no fechamento da transação, que devem ser utilizados para suportar desembolsos de curto prazo dos passivos assumidos.
A alavancagem financeira líquida pro forma do grupo Equatorial pós-aquisição, medida por dívida líquida/Ebitda e considerando 12 meses da CEA e da também recém-adquirida CEEE-D, volta a cerca de 3,5 vezes em 2022, após pico acima de 4,5 vezes em 2021. A CEA reportou Ebitda negativo de cerca de R$ 100 milhões em 2020 e não são esperadas capturas de eficiência em 2021. O cenário-base do rating considera Ebitda zero para a CEA e CEEE-D em 2022. O Ebitda da distribuidora do Amapá pode se beneficiar nos anos seguintes de uma possível solicitação de reajuste tarifário extraordinário em novembro de 2023, quando poderão ser incorporados investimentos iniciais realizados pela Equatorial.
Ainda de acordo com a Fitch, a Equatorial possui um perfil de dívida bem escalonado e forte acesso a fontes de financiamento e deve manter uma reserva de caixa compatível com o cronograma de vencimento de sua dívida. Em 31 de março de 2021, possuía caixa e aplicações financeiras de R$ 6,9 bilhões, com dívida total de R$ 17,5 bilhões, dos quais R$ 2,5 bilhões venciam no curto prazo.