O novo Boletim da Climatempo aborda um dos temas mais debatidos atualmente no setor elétrico brasileiro, a crise hídrica. O Especial de junho “Qual o papel da Oscilação de Madden-Julian no cenário de crise hídrica?” mostra como a OMJ pode ser capaz de influenciar diretamente os reservatórios do país.
A OMJ (Oscilação de Madden-Julian), segundo a Climatempo, se caracteriza por um centro de convecção profunda, constituído por nuvens cumulus de diversos tamanhos. Esse centro convectivo se propaga, em geral, a partir do Oceano Índico em direção ao Pacífico Oeste, com velocidade de aproximadamente 5 m/s e período entre 30 e 60 dias.
O boletim aponta ainda que na América do Sul, em especial sobre o Brasil, a OMJ tem grande impacto sobre o sistema de monção e, portanto, age na modulação da chuva. Com isso, a OMJ provoca um padrão de dipolo ou “gangorra” de anomalias de precipitação entre a região de atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e o Sudeste da América do Sul (SESA). Esse marcante padrão de “gangorra” da OMJ afeta a geração de energia pelas hidrelétricas no Brasil, que é um país com alta aderência desse tipo de energia renovável.
A maioria das bacias hidrográficas que são importantes do ponto de vista da geração de energia são afetadas por esses dois centros do dipolo da OMJ. Como exemplo, a Climatempo cita o caso da Bacia do Paraná, que abastece uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo, a Itaipu Binacional. A porção sul da Bacia do Paraná é afetada pelo centro de ação do dipolo da OMJ sobre o Sul do Brasil, enquanto sua porção norte recebe um efeito defasado da ação da OMJ sobre os rios da região Sudeste. Tudo isso confere uma dificuldade adicional na previsão de chuva na escala de 15 a 60 dias para a Bacia do Paraná.
Para saber mais detalhes sobre o boletim, acesse o portal da Climatempo e nossa Biblioteca, além de acompanhar as novidades, toda terça-feira, no CanalEnergia Live.