De acordo com a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica, Élbia Gannoum, os 251,7 MW negociar no A-3 e 167,8 MW no A-4, embora tenha sido um valor pequeno se compararmos com leilões anteriores, foi um resultado coerente que conseguiu viabilizar um bom número de projetos para o momento dado o cenário econômico.
As usinas eólicas contratadas estão localizadas nos Estados da Bahia e Rio Grande do Norte. A eólica foi responsável por 58,0% do total de MW med viabilizados no A-3 e 43,6% no A-4, o que pode abastecer, em média, 933 mil residências por mês. Vale explicar que 31,1% (A-3) e 34,8% (A-4) do montante de MW med foi comercializado exclusivamente nos leilões de hoje, ficando o restante disponível para comercialização no mercado livre de energia ou em próximos leilões, como fruto da estratégia de cada empreendedor.
Nas PCHs, já havia a expectativa da demanda os leilões seria baixa, o que acabou se confirmando. Para Charles Lenzi, presidente executivo da Associação Brasileira dos Geradores de Energia Limpa, a viabilização de projetos foi comemorada devido à conjuntura, embora haja preocupação com os preços alcançados. “O deságio foi bem expressivo”, avisa. Ele salientou ainda a presença do Rio Grande do Sul nos certames, já que cinco usinas serão construídas no estado. Os vitoriosos devem aplicar investimentos em trono de 750 milhões
Pelo lado da biomassa, a Associação da Indústria de Cogeração de Energia, avaliou que o número de projetos e os volumes contratados nos leilões A-4 no A-3 foram muito abaixo do potencial de contribuição que a bioeletricidade tem a oferecer. De acordo com o diretor de Tecnologia e Regulação da Cogen, Leonardo Caio Filho, a geração a biomassa ajuda a preservar 15 pontos percentuais da capacidade de armazenamento das hidrelétricas. Ainda segundo ele, em função dos seus atributos, a Cogen entende que seria interessante uma contratação de um número maior de empreendimentos para os próximos certames.
Na avaliação da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica a contratação de energia da fonte solar deveria ter recebido maior prioridade, por ser a fonte renovável com menores preços do País desde 2019. Rodrigo Sauaia, presidente executivo da entidade, acredita que se o Governo Federal tivesse contratado o dobro de energia da fonte solar nestes dois leilões, reduzindo a energia comprada de fontes mais caras, teria economizado aos consumidores brasileiros pelo menos R$ 126,8 milhões nos próximos 20 anos.
Com a evolução da fonte solar fotovoltaica no Brasil, a Absolar tem recomendado ao Ministério de Minas e Energia e à Empresa de Pesquisa Energética aprimoramentos ao planejamento de contratação da fonte nos leilões de energia e no planejamento da expansão da geração no País.