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Apesar de países do G-20 terem anunciado metas para redução das emissões de gases de efeito estufa, os valores de subsídios a essas fontes continuam. De 2015 a 2019 foram concedidos apoios que somam US$ 3,3 trilhões. China, Arábia Saudita e Rússia são os países que mais contribuíram para essa manutenção com cerca de 50% dos valores anuais. O Brasil aparece em destaque em sétimo lugar dentre as nações que mais gastaram com combustíveis fósseis, com US$ 155,2 bilhões, atrás da Argentina a sexta maior com US$ 178,5 bilhões.
Os dados são de um estudo da Bloomberg Philanthropies e BloombergNEF, intitulado Climate Policy Factbook, que descreve o progresso que cada país membro do G-20 fez em direção a uma economia de baixo carbono. O relatório conclui que os governos de todos os 19 países membros individuais do G-20 continuam a fornecer apoio financeiro substancial para a produção e consumo de combustíveis fósseis.
De acordo com a publicação, as nações do G-20 cortaram coletivamente o financiamento de combustíveis fósseis em 10% de 2015 a 2019, com oito países membros fazendo progressos na redução de seus subsídios aos combustíveis fósseis em 10% ou mais. E cita nominalmente a Argentina, Alemanha, Itália, Arábia Saudita, África do Sul, Coreia do Sul , Turquia e Reino Unido.
No entanto, alerta que para se manter alinhado às metas do Acordo de Paris rumo à COP26, o G-20 não pode contar com a atuação de algumas nações. Todos os países do G-20 devem tomar medidas imediatas para encerrar o apoio a projetos de combustíveis fósseis e acelerar a eliminação do carvão. Durante o mesmo período, cita, oito membros aumentaram seu apoio como Austrália, Canadá e Estados Unidos, que incentivaram o uso e a produção de combustíveis fósseis, distorcendo preços. Os ativos são financiados hoje continuar a emitir altos níveis de emissões nas próximas décadas, alerta.
O relatório foi lançado para aumentar a transparência e informar as prioridades das políticas antes das próximas negociações internacionais sobre o clima, incluindo a Cúpula do G-20 e Reuniões Ministeriais, a 75ª Sessão da Assembleia Geral da ONU e a COP26.
O Climate Policy Factbook destaca três áreas concretas nas quais uma ação governamental imediata é necessária para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius: 1) eliminar gradualmente o suporte para combustíveis fósseis, 2) colocar um preço nas emissões e 3) encorajar a divulgação dos riscos climáticos. Em cada uma dessas áreas, o relatório constatou que as políticas de muitos países do G-20 estavam significativamente fora do curso.
Apoio de países a combustíveis fósseis. Fonte: BloombergNEF
Na análise de Günther Thallinger, membro do Conselho de Administração da Allianz SE e presidente da Net-Zero Asset Owner Alliance, convocada pela ONU, as estruturas políticas da maioria dos países do G-20 não são suficientes para conduzir a economia real à net-zero com probabilidade razoável. E que as promessas de metas por si só não serão suficientes para mudar o curso.
Para ele, a eliminação gradual do apoio aos combustíveis fósseis, especialmente o carvão, e a transferência do financiamento para as energias renováveis são essenciais para as metas da COP26 e um passo crucial para acelerar a transição para a energia limpa.
Até o momento, 12 países do G-20 estabeleceram preços nacionais para as emissões de gases de efeito estufa por meio de um imposto de carbono ou de mecanismos baseados no mercado. O Brasil não faz parte desse grupo.
Oito dos países que adotaram preços de emissão produziram resultados mistos devido a políticas flexíveis, com o preço do carbono definido muito baixo ou as concessões aos emissores muito generosas. Por exemplo, nos EUA, os programas estaduais cobrem menos de um décimo das emissões nacionais, coletivamente, e os preços são relativamente baixos.
Os países que fazem parte do G-20 são responsáveis por quase três quartos das emissões globais. E na avaliação da Bloomberg, o progresso desses governos nas três áreas avaliadas no relatório representaria um grande passo em direção ao combate à mudança climática.