Depois de ficar de fora dos certames no meio do ano e outros processos de licitação recentes, como na compra de parte da CEEE-T, a Neoenergia analisa sua participação no leilão de transmissão marcado para dezembro, ao mesmo passo que avança com seu pipeline de projetos de energias renováveis e as eólicas offshore no longo prazo, assim como possivelmente o desenvolvimento do hidrogênio verde.
Em teleconferência ao mercado na manhã desta quarta-feira, 21 de julho, o presidente do grupo, Mário Ruiz-Tagle, disse que a companhia não identificou sinergias suficientes para os últimos ativos colocados no mercado e que 2021 é um ano de entrega e execução de projetos, ainda que admitindo oportunidades mais à frente.
“Estamos estudando as alternativas de transmissão apresentadas para dezembro e algumas linhas a serem ofertadas em 2022 que podem servir para garantir o suprimento em algumas áreas de concessão”, comentou o presidente durante o evento.
Perguntado sobre avanços no memorando de entendimentos assinado em junho com o Porto de Suape (PE) para um projeto piloto envolvendo uma planta de hidrogênio, o executivo afirmou que a empresa já avalia outros convênios e parcerias para mais iniciativas nesse segmento no Brasil, assim como outras empresas que assinaram acordos semelhantes no Ceará e Rio de Janeiro.
A ideia num primeiro momento é gerar o H2 para consumo da Termopernambuco, térmica operada pela companhia no Estado, para depois avaliar a extensão do projeto para atender ao consumo de outras indústrias ligadas ao terminal de Suape.
“São investimentos ainda baixos mas que poderão aumentar conforme as fases seguintes, sendo algo que se enquadra na política global do grupo Iberdrola”, pontuou Ruiz-Tagle.
Crise hídrica
Sobre riscos de racionamento em 2022 e possibilidade de algum programa voluntário de racionalização, o executivo salientou que o país está mais preparado para enfrentar a crise do que em 2001, apontando diversificação da matriz elétrica e maior participação de fontes e disse que o governo tem feito esforços para atuar sobre a gestão do volume de água nos reservatórios hidroelétricos.
“Nossa expectativa é ter um comportamento melhor em relação à média de chuvas no próximo período úmido e existe suficiente capacidade no setor para lançar estratégias visando o equilíbrio entre oferta e demanda”, destacou.
Segundo Mário, todas usinas do grupo têm seguro sobre o risco hidrológico, o que descartaria grandes impactos devido à atual escassez hídrica. São elas: Teles Pires, Itapebi, Dardanelos, Baguari, Corumbá III, Baixo Iguaçu e Belo Monte, totalizando 3 GW.