De acordo com a agência de classificação de risco Moody’s, a compra dos ativos de transmissão da gaúcha CEEE pela CPFL, em leilão realizado na última semana, é positiva para o perfil de crédito da compradora. A aquisição aumenta a diversificação dos negócios da empresa, além de apresentar ganhos de sinergia junto às distribuidoras do Grupo CPFL no estado, RGE e RGE Sul.

Com a aquisição a CPFL espera que o 6% de seu Ebitda seja proveniente de ativos de transmissão, 37% de geração e 54% de distribuição. Os ativos comprados pela CPFL apresentam modelo de negócios estável e elevada previsibilidade de fluxo de caixa, além de potencial para melhorias em Ebitda. A alavancagem bruta pró-forma da CPFL deve ser de 3,5 vezes frente à 3,3 vezes em março de 2021. Ainda de acordo com a Moody’s, a Eletrobras, acionista minoritária da CEEE-T, poderá exercer seu direito de tag-along, para vender sua participação na companhia sob as mesmas condições. Caso esse direito seja exercido, a alavancagem bruta pró-forma da CPFL, chegará à 3,7 vezes.

Parte da aquisição da CEEE-T deverá ser paga através de caixa próprio da CPFL. A expectativa da Moody’s é que haja uma captação equivalente a 50 a 70% do valor da transação para financiar a compra. Durante o ano passado, a empresa captou R$ 8,2 bilhões através de empréstimos bancários e emissão de debêntures, que foram destinados a mitigar eventuais riscos de liquidez causados pela pandemia do coronavírus e suportar os investimentos.