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Se o Nordeste é o novo Eldorado das energias renováveis, o Banco do Nordeste (BNB) será um dos caminhos que vai ajudar o Brasil a acessar essa riqueza e entrar de vez numa economia de baixo carbono.
Ao lado do BNDES, o BNB concentra a concessão do crédito no setor, que nos últimos quatro anos e meio, soma R$ 42,7 bilhões em projetos de infraestrutura. Desse montante, 38,47 bilhões foram para o setor de energias, com foco em geração eólica e solar, o que coloca o banco como um dos principais instrumentos de fomento para o desenvolvimento do setor elétrico brasileiro e o desenvolvimento regional.
Na análise do superintendente de Negócios de Atacado e Governo, Helton Chagas Mendes, mesmo em ano atípico, marcado pela crise sanitária mundial, o Banco tem conseguido manter aportes importantes.
“Quando a gente olha para o valor aplicado em 2020, que foi de R$ 6,6 bilhões, em 2021 até junho já aplicamos R$ 4,7 bilhões e temos a expectativa de chegar a R$ 7 bilhões ou R$ 8 bilhões em 2021 em projetos de geração de energia”, diz.
Mendes conta que o contexto da pandemia e a forte retração da economia brasileira minaram um pouco os planos do BNB, mas que o banco continuou dando apoio aos parceiros. “Temos dois anos atípicos, 2020 e 2021. Ano passado tivemos um impacto muito forte em nossas operações em função da pandemia, um pouco de fuga de investimentos”. Mas diante da forte demanda, o banco aproveitou para dar suporte a algumas empresas que paralisaram as atividades por conta da pandemia.
Hub de energias renováveis
Em sua área de atuação, nos nove estados do Nordeste brasileiro, além do Norte de Minas Gerais e Norte do Espírito Santo, o Banco já apoiou mais de 100 projetos relacionados ao setor de energia, sendo uma quantidade anual média de 20 a 30 projetos.
E diante de uma agenda de transição da matriz energética, o Nordeste tem atraído cada vez mais outras formas de financiamento, como debêntures incentivadas, bancos privados e financiamentos internacionais.
Na carteira de produtos oferecidos pelo banco, incluem-se no conceito de Crédito Verde o Programa de Financiamento à Sustentabilidade Ambiental (FNE Verde), com o crédito para a geração distribuída de energia a partir de fontes renováveis via linha FNE Sol, bem como para diversas outras modalidades de financiamento.
O foco das operações do BNB agora é no mercado livre desde 2018, mas ainda há negócios no mercado regulado e o atual contexto de alta de juros, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) tem atraído mais os players pelas condições mais favoráveis, em relação ao que se aplica no mercado.
A Powertis, do grupo da Soltec Power Holdings, foi uma empresa que captou dinheiro para implantação de novas usinas fotovoltaicas no Piauí. A Focus Energia foi outra empresa que fez as contas esse ano emprestou do banco para um projeto na Bahia. Somados, só esses dois projetos dão quase R$ 1 bilhão.
Hoje, a geração eólica é a fonte que aloca mais recursos do banco. No entanto, “para geração solar, temos sentido um crescimento da demanda com projetos interessantes e uma matriz nova que deve crescer muito. Em relação ao orçamento, a gente vai dar prioridade ao que está menos atendido em relação ao total”.
BNB já aportou 38,47 bilhões foram para o setor de energias, com foco em geração eólica e solar
Infraestrutura de transmissão
Não é de agora que as restrições na rede limitam o transporte de energia para socorrer reservatórios secos e injetar energia no Sistema Interligado Nacional (SIN). No Nordeste não é diferente. Apesar de quase toda região ter um dos melhores potenciais de geração renovável do mundo, as fontes ainda competem entre si por gargalos na transmissão.
“De 2018 pra cá, nós colocamos R$ 6,48 bilhões só na transmissão para dar infraestrutura de escoamento da energia produzida na região”, diz.
Esse esforço é necessário para ampliar a capacidade de transmissão entre subsistemas Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste para o aproveitamento da expansão da capacidade de geração contratada. Mesmo com as restrições, a energia do Nordeste tem sido fundamental para garantir o suprimento na região.
Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), as eólicas vêm batendo sucessivos recordes de geração e pela primeira vez abasteceu durante um dia todo a região.
Atualmente as eólicas já abastecem cerca de 11% da demanda de energia no Brasil com perspectivas de chegar a 20% em setembro. E para que o Nordeste seja cada vez mais exportador de energia ao resto do Brasil, o investimento em infraestrutura de transmissão será cada vez mais imperativo, independente de qual fundo saiam os recursos.