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Em entrevista à Agência CanalEnergia, a CEO da AES Brasil, Clarissa Sadock, avalia que o segundo semestre de 2021 foi de “muitas emoções para a companhia” para conseguir equalizar as contas, fazer frente às dificuldades impostas pela crise hídrica e administrar novas aquisições em geração eólica e solar a fim de diversificar o portfólio.

A empresa teve um resultado positivo, mas com os lucros bastante afetados pelo agravamento da crise hídrica e aumento das compras de energia para equacionar a situação do balanço energético. Entretanto, Sadock avalia aquisições de novos complexos eólicos e solares e novos PPAs reduziram a exposição da companhia ao estresse hídrico. A empresa passou ainda por uma reestruturação societária para “ampliar a capacidade de sinergia”.

No curto prazo, a empresa deve sentir ainda os efeitos dos altos custos da energia e baixa nos reservatórios. “Estamos num período seco e o preço da energia deve se manter elevado até que se comece o novo período úmido. Para o ano que vem, dado os reservatórios em níveis inferiores, vamos ver um preço mais elevado do que na média”, prevê.

Expansão
Para fazer frente aos novos contratos, a empresa precisou expandir o pipeline eólico, com destaque para o financiamento de R$ 711 milhões junto ao BNB para o desenvolvimento das fases 1 e 2 do Complexo Eólico Tucano. “Nessa frente de crescimento, temos dedicado bastante tempo do nosso time de novos negócios”.

Entre ativos em construção e em operação, a empresa soma 4,4 GW, mas a capacidade total depois que todos os projetos forem desenvolvidos será de 5,9 GW numa janela de dois anos. Apesar da recente aquisição de um pipeline solar com 378,0 MW, o foco são as eólicas “porque a gente percebe melhores preços e maior competitividade”.

“A gente finalizou a aquisição do parque em dezembro, de 159 MW, e agora estamos operando. Nosso time ficou bastante envolvido em iniciar um processo de ‘turn-around’. Pegamos com um fator de capacidade de 89% e o objetivo é levá-lo até 96%”, disse Clarissa.

Aliás, essa é uma das estratégias para aumentar a receita por meio de otimizar a produtividade dos parques e rever custos através da internalização de atividades O&M e atendimento de clientes que buscam fontes renováveis com vistas a ESG. “Também assinamos dois PPAs com novos clientes e são mais 171 MW”.

A companhia assinou mais dois acordos de compra e venda de energia e o próximo passo agora é o início da construção do Complexo Eólico Cajuína, que nasceu a partir do acordo de exclusividade com a Nordex.

“A estratégia de diversificação das fontes se mantém e se provando acertada”
Clarissa Sadock, da AES Brasil

Segue o plano
Outro caminho para recuperar os lucros está na aposta de fontes renováveis. Aliás, desde 2017, a AES Brasil vem diversificando o portfólio para fontes renováveis não hídrica justamente para se expor menos às péssimas condições hidrológicas que afetam o desempenho das empresas geradoras no Brasil.

Essa aposta na complementaridade de fontes continua. “A estratégia de diversificação das fontes se mantém e se provado acertada”. Segundo a executiva, o incremento do resultado eólico foi importante para o resultado do primeiro trimestre e minimizou as adversidades das condições hídricas. Mesmo assim, a companhia reduziu o nível de contratação de seus ativos hídricos para 78% em 2021 e 80% para 2022.

“Nosso perfil de geração hoje é muito mais constante. Quando tínhamos apenas o ativo hídrico, nossa geração era maior no período úmido e menor no período seco. Quando a gente incorpora os ativos eólicos, que geram mais no período seco, nosso perfil de geração ficou mais uniforme”.