O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) publicou na última quarta-feira, 4 de agosto, a Portaria nº 332 que estabelece novas regras para o processo de atualização do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) para refrigeradores comercializados no Brasil, estimando uma economia de R$ 32,25 bilhões na conta de luz dos brasileiros até 2035.

As diretrizes preveem a adoção de subclasses para que o consumidor possa identificar as diferenças entre os novos níveis de eficiência energética, a partir dos produtos de topo, classificados como “A”. A partir de 1º de julho de 2022, as geladeiras mais eficientes serão etiquetadas em “A+++”, para eficiência de até 30% em relação ao atual “A”; “A++” indicará 20% a menos no consumo; e A+, com economia de 10%.

Assim, ao optar por uma geladeira “A+++” de duas portas de degelo automático (frost-free) e volume ajustado de 500 litros (ou volume interno útil em torno de 350 litros), que corresponde a 80% do mercado nacional, o consumidor poderá economizar cerca de 13 kWh por mês, o que representa R$ 10,14 a menos considerando uma tarifa média, acrescida de impostos de R$ 0,78 por kWh.

Já a segunda fase do aperfeiçoamento, que passa a vigorar em 31 de dezembro de 2025, elimina as subclasses e o novo “A” será ainda mais rigoroso, passando a ser definidos com base nas recomendações das Nações Unidas, expressas no Guia da U4E (United for Energy), com a aplicação de fatores de correção à realidade nacional.

“Em média, geladeiras fabricadas no país, de duas portas, atualmente em A, terão que reduzir 40% do seu consumo para permanecer em A em 2025. Outro desafio importante para essa fase é a introdução da nova versão da norma técnica utilizada para o cálculo do consumo de energia, o que requer adequação da infraestrutura laboratorial e da indústria”, destaca a coordenadora do PBE para Refrigeradores e Assemelhados, Danielle Assafin.

Já a terceira e última fase, com prazo de adequação para 31 de dezembro de 2030, estabelece a adoção de um patamar de consumo para a classe “A” equivalente às recomendações da U4E, na íntegra, ampliando ainda mais o rigor, o que implica na redução de 61% em média do consumo das geladeiras de duas portas fabricadas no país, atualmente em “A”.

“Assume-se que o prazo de 9 anos para a terceira fase é necessário para dar sustentabilidade aos investimentos que a indústria nacional precisará realizar em sua plataforma de produção para manter seu portfólio de produtos, ou parte dele, em A”, conclui Assafin.

Cenários – O Inmetro utilizou três cenários para calcular os benefícios do aperfeiçoamento do PBE de refrigeradores para o consumidor. No cenário provável, no qual metade dos produtos vendidos já estejam na classe de topo assim que os prazos para as fases tiverem terminado, haveria uma economia de 43,15 TWh, equivalente a 54% da geração de Itaipu em 2020 ou R$ 32,25 bilhões economizados na conta de luz.

 Em um panorama mais pessimista, de apenas um terço dos produtos estando na classificação de topo, seria possível uma economia de 27,57 TWh – 36% da geração de Itaipu no ano passado e R$ 21,5 bilhões a menos na conta de energia.

Já no melhor cenário, onde todas as geladeiras estariam classificadas em “A”, a economia de energia seria de 138,57 TWh, representando 74% a mais da energia produzida pela binacional e R$ 102,52 bilhões economizados nas faturas.