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O Grupo Delta Energia informou nesta segunda-feira, 9 de agosto, que foi surpreendido com a citação das comercializadoras Delta e Zeta em uma lista de empresas que estariam inadimplentes no mercado de curto prazo. Em nota enviada à Agência CanalEnergia, a companhia afirma que suas controladas “não se enquadram nesse cenário.” “Reforçamos que é inverídica a informação sobre qualquer inadimplência.”
A empresa destacou a entrada em operação da termelétrica William Arjona no último dia 10 de julho como uma demonstração de solidez financeira, compromisso com o país, visão de negócio e posicionamento estratégico para enfrentar a atual crise hídrica. Lembrou também que tem mais de 20 anos de história no mercado de energia e é reconhecido pelo compromisso com os clientes e pela credibilidade.
A térmica a gás localizada em Campo Grande (MS) tem capacidade instalada de 190 MW e foi adquirida da Engie em 2019. Ela foi reativada no mês passado pela Delta Geração após passar por um processo de modernização com 100% de capital próprio. O investimento foi da ordem de R$ 700 milhões.
Ofício Aneel
Em ofício enviado na semana passada ao presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Rui Altieri, o diretor da da Agência Nacional de Energia Elétrica Efrain Cruz solicitou dados sobre os contratos registrados por sete comercializadoras, entre janeiro de 2020 e julho de 2021. Cruz menciona rumores que circulavam no mercado e foram divulgadas pela imprensa de que as empresas citadas apresentavam sinais de dificuldades no cumprimento de obrigações contratuais, e pediu que as informações fossem encaminhadas até o próximo dia 12.
O diretor é relator do processo na Aneel que trata do aprimoramento das garantias financeiras associadas à liquidação do MCP. Além da Delta e da Zeta, ele cita no documento Argon Comercializadora de Energias Ltda, Brasil Comercializadora de Energias S.A., Compass Comercialização S.A., Electra Comercializadora de Energia Ltda. E WX Energy Comercializadora de Energia Ltda.
Brasil, Argon e Compass
A reportagem procurou todas as comercializadoras citadas pelo diretor. Brasil Comercializadora de Energias, que entrou na semana passada com uma ação com pedido de liminar para não registrar o contrato que fechou com a Boven a partir do mês de julho, alegando que teria prejuízo de R$ 16,4 milhões com a variação do PLD, disse que não se pronunciará neste momento sobre ao assunto. A liminar foi negada pela juíza da 25a vara cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
A Argon, que pertence ao mesmo grupo, também informou que, “por questões de confidencialidade”, não se posicionaria sobre o tema. A comercializadora teve aprovado pedido de recuperação judicial protocolado na quinta passada na Vara de Falências e Recuperações Judiciais da capital paulista.
A Compass Gás e Energia respondeu que vale o comunicado ao mercado datado de 23 de junho, no qual a companhia confirma a continuidade das operações da controlada Compass Comercialização com foco na venda de gás e energia para clientes finais. A comercializadora teria, no entanto, segundo o comunicado, “reduzido substancialmente a atividade de trading direcional de energia elétrica.”