Nove em cada dez empresários estão preocupados com a crise hídrica que afeta o setor elétrico, aponta um levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) junto a 572 empresas. A principal preocupação dos industriais é com o aumento do custo da energia, com 83% da pesquisa indicando o temor.
Outros 63% se dizem preocupados com o risco de racionamento e 61% com a possibilidade de instabilidade ou de interrupções no fornecimento de energia. A consulta revela também que 98% dos executivos acreditam que haverá aumento dos preços e 62% consideram que é provável ou certo que haverá racionamento ou restrições de atendimento em 2021.
Entre os empresários que consideram que as tarifas de energia serão reajustadas, 14% acreditam que aumentará pouco, 37% moderadamente e 47% muito. Os impactos ocorrem em razão da limitação da geração das usinas hidrelétricas, que representam cerca de 60% da geração no país.
Pior crise hídrica em 91 anos impacta nos preços e na operação do Sistema Interligado Nacional (CNI)
Eficiência energética e autogeração
As principais medidas apontadas como resposta à crise são a intensificação de investimentos em ações de eficiência energética (34%) e em autogeração e geração distribuída de energia (26%). Outra parte também manifesta preocupação com a possibilidade de racionamento de água (34%), aumento no custo da água (30%) e na instabilidade ou interrupção no fornecimento hídrico (23%).
Alguns empresários manifestaram preocupação com o potencial de uma crise hídrica e energética de frear o crescimento econômico e prejudicar a recuperação da economia. Entre os consultados, 22% afirmam que pretendem mudar o horário de funcionamento de suas empresas para reduzir o consumo de energia em horário de pico. No entanto, quase dois terços das representações consideram que implementar essa alteração de horário é difícil ou muito difícil.
Perda de competitividade
Outro dado que chama a atenção é que mais da metade dos entrevistados acreditam que a crise hídrica reduzirá a competitividade de suas empresas, com 39% considerando essa situação provável e 13% afirmando que a perda de competitividade ocorrerá com certeza.
Entre as companhias cujo gasto com eletricidade representa até 9% do custo total, 46% acreditam em perda de concorrência com a atual situação. Para aquelas em que o custo fica entre 10% e 19%, 60% consideram que a crise prejudicará a competitividade. Já aos caixas que excedem 20%, 68% acreditam que haverá perdas.