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A BID Energy está desde o início do ano colocando em prática um plano que visa expandir seus horizontes para além da comercialização. O primeiro passo foi trazer dois profissionais de mercado para tocarem o projeto de inserção da empresa na geração por meio de fontes renováveis. Nesse momento a companhia organiza-se para iniciar as atividades na fonte solar e mais à frente, por meio de PCHs. A meta é de em cinco anos alcançar até 110 MW em capacidade instalada em um investimento de R$ 300 milhões.
Desde o início do ano a companhia conta com dois sócios originados da Capitale, Roberto Sessa e Júlio Olivares com o objetivo de tocarem a comercializadora enquanto o fundador, Leandro Parizotto, dedica-se a esse plano de expansão. Além de geração, explicou Olivares à Agência CanalEnergia, transmissão também poderá ser um caminho no futuro. Mas por enquanto a BID está concentrada na produção de energia.
Esse primeiro passo está próximo de chegar, conta o executivo. A meta é de ter os primeiros 21 MW em um projeto solar localizado em São Paulo, em operação até pelo menos o final de 2021. O investimento deverá ficar na casa de R$ 30 milhões. Ao total a empresa planeja 80 MW na fonte atendendo o mercado livre, com um aporte estimado em R$ 100 milhões. Além dessa planta paulista, há uma área em Goiás, mas essa para um segundo momento.
“Essa é uma tendência mundial, a comercializadora estar atrelada a ativos de geração, inclusive, há países em que isso já é obrigatório, pois a empresa tem que operar com lastro”, comenta ele. “A energia em princípio será destinada a nossa carteira de cerca de 100 clientes que se mostraram interessados”, acrescenta.
O investimento, diz, deverá ser realizado apenas com recursos próprios da empresa. Segundo ele, já estão mapeadas na fonte hídrica oportunidades em PCHs, seja em ativos existentes bem como usinas que precisam ser construídas do zero. Mas, afirma que o foco no momento é colocar para operar a planta solar que marcará a entrada da empresa nesse segmento. “PCHs vamos olhar mais a fundo a partir de 2022”, revela. “A solar está muito próxima mesmo”, acrescenta.
Apesar dos planos de atender ao mercado livre, Olivares diz que no futuro a companhia não descarta investimentos na modalidade de geração distribuída. Mas que isso não deverá ocorrer agora.
No futuro os planos da empresa passam pela transmissão. Olivares afirma que a companhia tem interesse nesse terceiro campo de atuação. Para isso vem acompanhando os leilões dessa modalidade para estudar os deságios e as RAPs ofertadas. Essa análise, aponta, decorre da característica natural da transmissão em ser um setor considerado mais seguro.
Aliás, conceito esse que a seu ver não tem sido praticado no segmento de comercializadoras, ao criticar o atual momento do setor diante dos pedidos de recuperação judicial da Argon e a Brasil Comercializadora por ter solicitado ao judiciário para não registrar contratos.
Na análise de Olivares, o mercado deveria ter um mecanismo de monitoramento mais efetivo. Ele concorda que a chamada de margem semanal poderia ser uma saída sim. Mas condena a proposta feita no passado das empresas em abrirem seu book de contratos.
“Isso fere a autonomia e a estratégia de negócios das empresas, o mais adequado seria a chamada de margem. Eu tenho origem no mercado financeiro e há diversos mecanismos que funcionam para evitar situações como esta e outras que tivemos no passado”, conta.
Para ele quem é pequeno deve operar como pequeno e o grande como grande. “O que não é admissível é uma empresa operar alavancada em 20 vezes o seu patrimônio líquido, não dá para esperar explodir o problema. Para chegarmos a uma solução, o caminho seria mesmo o de termos uma clearing para o setor elétrico”, finaliza.