A fabricante de pás eólicas Aeris afirma que está otimista pelas perspectivas de mercado e melhorias no dia a dia da operação da companhia. Um dos pontos destacados pela empresa refere-se ao relatório do IPCC que demonstra a piora nas previsões quanto às mudanças climáticas, o que tem gerado novas iniciativas de países para combater esses efeitos, entre elas planos e políticas de incentivo à geração eólica naqueles países que possuem potencial, citando, nominalmente, os Estados Unidos e a Europa.
Outro caminho que a empresa aponta para o futuro é da diversificação de seu portfolio de produtos. Para o CEO Bruno Vilela, a Aeris está bem posicionada e estudando potenciais nichos de mercado para atuação em áreas como a mobilidade elétrica em função da necessidade de menor peso de componentes para transporte, por exemplo.
Apesar disso, revelou o executivo o atual nível de inflação da matéria prima para componentes eólicos fez com que os preços tenham aumentado. “Isso tem colocado investidores em stand by em termos de novos projetos porque querem observar e entender o caminho. Sabemos que há demanda reprimida e que não acontecerá no curto prazo por conta desse aumento de preços, resultado de um desdobramento da pandemia”, comentou ele em teleconferência com analistas e investidores sobre os resultados do segundo trimestre.
O aumento de preços da matéria prima, acrescentou o executivo, não afeta a empresa porque esse custo é repassado aos seus produtos. Por isso, a empresa vem negociado com os fornecedores por conta das incertezas da economia e aumento do custo logístico, também atribuído à pandemia. A expectativa é de que os níveis retomem aos patamares normais depois que esse período de emergência sanitária passar.
Por isso, vê 2022 com otimismo, até porque chegará em um momento no qual a Aeris já terá feito seus investimentos mais vultosos e a produção em nível mais estável, bem como demanda retomando por conta de aceleração da demanda. Para o ano que vem a empresa estima que os investimentos deverão se concentrar apenas no que se chama de capex de manutenção, algo que ficará entre R$ 50 milhões a R$ 70 milhões ao ano.
“A expectativa é de novos projetos e legislações para regular de eólica offshore e onshore no que tange a transição energética. Estamos bem posicionados para a demanda reprimida porque esse ano os ramp-ups são terminados e vemos estabilidade da produção com mais margens”, finalizou ele.