O nível de consumo de energia no segmento industrial foi o que mais rápido respondeu na área de concessão da Light. A empresa registrou um crescimento de 17,1% no consumo dessa classe somando os clientes cativos e livres, o volume ficou em 1.360 GWh. O mercado total faturado da concessionária somou 6.176 GW, um aumento de 5,8% na comparação com o mesmo período de 2020, afetado fortemente pela chegada da pandemia no Brasil.

Segundo o CFO da empresa, Roberto Barroso, apesar de o segmento comercial ter apresentado volume idêntico de crescimento esta classe de consumo ainda apresenta níveis abaixo de antes da pandemia. Segundo a análise da empresa, a expectativa é de que com o avanço da vacinação o ritmo de consumo retome.

Um dos pontos mais sensíveis para a concessionária é a questão das perdas não técnicas na baixa tensão que ficaram em 54,34%, queda de 1,12 ponto porcentual na comparação com três meses antes. Quando comparado ao fechamento de junho de 2020 é verificado um aumento, passou de 6.620 GWh ou 49,53% para 7.399 GWh. O patamar regulatório é de 36,06%.

Já as perdas totais quando comparado ao mesmo período de 2020 aumentaram de 9.094 GWh para 9.833 GWh, já na análise ante o primeiro trimestre recuou 35 GWh. O índice ficou em 25,83% ante um limite regulatório de 19,3%.

Apesar das elevações desses indicadores na comparação com o ano passado, Barroso destacou em teleconferência de resultados do segundo trimestre que a arrecadação melhorou em 1 ponto porcentual, para 96,7% ante março e 1,3 p.p quando comparado a um ano antes.

“Esse índice é resultado das ações de combate que incluem cortes, negociações e ações administrativas. Nosso plano de 100 dias foi marcado por ações no campo de melhor gerenciamento de equipes”, comentou ele. Barroso disse aguardar pela nova metodologia de cálculo de perdas e de inadimplência que está na Aneel para verificar os novos indicadores da concessionária.

A empresa relata que para as ações de combate às perdas e melhoria da arrecadação, foram investidos mais de R$170 milhões desde o início do ano, um aumento de cerca de 40% em relação a 2020.

Hedge
Outro destaque dado pela empresa em sua apresentação foi do volume de aquisição de energia para proteção contra o risco hidrológico na geradora.

Para o terceiro trimestre a companhia foi ao mercado e comprou 123 MW médios e no quarto trimestre 43 MW médios. “Pagamos um preço de R$ 275/MWh, muito abaixo do PLD que temos visto neste ano por conta da crise hídrica pela qual o país passa”, lembrou. “Nossa meta era a de evitar ficarmos long e ter que recorrer ao mercado de curto prazo a PLD”, acrescentou.

Para 2022, diz, a Light está com 28% de sua energia descontratada, um volume que, segundo a empresa, deixa-a em situação mais confortável, são 143 MW médios livres de acordos. Esse volume aumenta progressivamente nos próximos anos, em 2025 são 108 MW médios contratados e 399 MW médios livres.