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A AES Brasil e a BRF fecharam a formação de uma joint venture para o fornecimento de energia eólica no Complexo Eólico Cajuína, cujo potencial do cluster é de até 1,5 GW. O acordo envolve o investimento em um parque de 160 MW de capacidade, o equivalente a 92 MW médios de energia assegurada. O investimento estimado de aproximadamente R$ 825 milhões.
O fornecimento de energia para a BRF será de 80 MW médios comercializados por meio de um contrato com prazo de 15 anos a ser firmado entre a joint venture e a produtora de alimentos. O início de vigência é 2024. As obras deverão ser iniciadas já no último trimestre deste ano e contará com máquinas da Nordex Acciona na plataforma de 5,x MW cada unidade.
Segundo o diretor de Relacionamento com o Cliente da empresa, Rogério Jorge, a geradora é a majoritária nessa participação. A BRF é minoritária na JV recém-anunciada. O executivo destaca que as conversas sobre o projeto iniciaram há cerca de dois anos, até porque a fabricante já está no portfólio de clientes da geradora, e agora tornou-se sócia nesse empreendimento.
“Esse é o terceiro contrato referente ao cluster de Cajuína, o primeiro na modalidade de joint venture, os demais são PPAs com a Ferbasa e Minas Ligas anunciados no início do ano e que somados já representam a viabilização de 400 MW naquela região” explicou Jorge à Agência CanalEnergia. Em Tucano (BA) já havia um contrato nesse modelo de autoprodução, com a Unipar, além de outro PPA com a Anglo American.
Esse avanço rumo à contratação de fontes como a eólica, comentou ele, vem do fato que as empresas estão em busca de mitigar a volatilidade de preços no mercado com a crise hídrica. Lembrou por exemplo que no mercado local, passamos em pouco mais de um ano de um valor no piso do PLD para o teto regulatório já há pelo menos um mês.
“Tínhamos boa hidrologia associada à queda de consumo por conta da pandemia em abril de 2020, chegou em outubro e novembro, parou de chover e a economia mostrou recuperação e com isso o preço no mercado à vista chegou no teto”, lembrou.
Além disso, o fato de sofrer pressões por ter energia mais sustentável e ainda não estar exposta ao ESS são outros fatores que auxiliam na viabilização desses projetos, pois a empresa é dona de aerogerador e por isso ficam isentas de pagamento desse encargo por ajudar na expansão da matriz.
E ainda, acrescentou, o autoprodutor tem uma taxa de retorno atrativa, por isso em muitos casos vale a pena o cliente entrar direto como sócio de um empreendimento e não apenas ter um PPA. Jorge conta que esse foi o caso da BRF que teve seu caso analisado e essa a melhor opção, que atribui garantia de suprimento para suas operações que estão espalhadas em todo o país.