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Com o objetivo de ajudar pequenos e médios negócios a economizarem nas contas de luz através da geração compartilhada de fazendas solares, a Lemon Energia chega em seu segundo ano com a meta de alcançar 4 mil clientes até dezembro através do aluguel de painéis por cotas, o que significaria 50 MW contratados, mais do que o dobro dos 17 MW atuais.
Em entrevista à Agência CanalEnergia, um dos fundadores e CEO da Lemon, Rafael Vignoli, destacou que a meta pode até dobrar dependendo da evolução das vendas, focadas em padarias, restaurantes e comércios em geral com faturas acima de R$ 500 e tíquete médio de R$ 2.300, pretendendo atuar em 17 estados brasileiros até o final de 2022 e alcançar 50 mil estabelecimentos em até três anos.
“É varejar mesmo o setor”, define, salientando os diversos perfis de geradores na carteira, desde pequenos produtores locais a um grupo de empresários em Brasília que se juntou para ter uma fonte alternativa de renda, ou ainda grandes players que fazem investimentos em ativos de geração em Minas Gerais.
Todo processo de adesão à plataforma digital é feito de forma online, onde o cliente também pode simular um cálculo de desconto e prever a estimativa de economia nas contas futuras. Caso os painéis contratados gerem mais energia do que o consumido, o usuário recebe créditos para usar na próxima fatura.
“Na prática ele alugará um número de painéis necessário para gerar energia para suas operações e economizará uma conta a cada doze pagas, porque oferecemos sempre uma tarifa mais baixa que a do mercado”, explica Vignoli.
Mercado de Geração Compartilhada representa apenas 1% de toda GD praticada no Brasil (Lemon)
Mil clientes em um ano
A startup saiu do Power Point em meados de 2019 com três fundadores em Brasília e após o primeiro venture capital conseguiu captar US$ 1 milhão via Canary, Big Bets e investidores anjo, o suficiente para iniciar o desenvolvimento da plataforma e formar o time inicial para tocar a operação, que logo depois foi para Minas Gerais e Pernambuco.
Um ano depois outra rodada de aportes levantou mais de R$ 10 milhões para o ecossistema criado continuar sua expansão, tendo uma equipe atual de 55 colaboradores e prevendo mais crescimentos, como para São Paulo e Rio de Janeiro ainda nesse ano.
“Temos a perspectiva do gerador de que estamos resolvendo suas dores ao adquirir e operar clientes em escala, tirando esse overload”, comenta Vignoli, destacando que para o consumidor o primeiro desafio é fazer com que ele passe a se enxergar e ser tratado como cliente, e não um mero pagador de conta.
Segundo ele, um dos grandes diferenciais do negócio é o olhar focado nos clientes e o DNA core e tech que permite desenhar toda uma jornada e experiência de aperfeiçoamento constantes. “São princípios básicos que com um olhar cuidadoso e tecnológico podem melhorar a experiência e criar um relacionamento de confiança com os clientes”, pontua.
Entre os principais desafios o CEO aponta para um contexto de mercado em que os consumidores sabem muito pouco, ficando passivos em relação ao que está em suas faturas e desconfiando daqueles que anunciam alguma ajuda com economia.
“É um grande desafio junto ao mercado explicar o negócio e conseguir se tornar uma empresa escalável para um número maior de clientes que se sintam bem atendidos”, comenta.
Um dos cases de sucesso foi a parceria firmada no ano passado com a Ambev, que investiu recursos consideráveis e viu seus parceiros economizarem mais de R$ 500 mil nas contas de luz, possibilitando à startup o acesso a potenciais clientes em diferentes localidades do país, com a última expansão das operações chegando ao Sul de Minas Gerais, perfazendo 160 cadastros em três dias de lançamento da solução na região.
“A Ambev talvez seja a empresa que mais tenha capilaridade no Brasil e nesse acordo podemos democratizar ainda mais a geração compartilhada”, avalia Vignoli, lembrando que a região mineira de cidades como Alfenas, Varginha e Pouso Alegre possui importante presença de indústrias voltadas ao agronegócio e maquinários agrícolas.
Segundo o executivo, a ideia é colocar o pequeno consumidor como um agente ativo no setor elétrico, especialmente no contexto de crise hídrica, citando casos de clientes operando em um ano com mais de R$ 30 mil em economia, o que é pouco em relação aos números no mercado livre, mas que faz toda diferença para o pequeno empresário pensar em sua retomada econômica.
“O ponto desafiador é a confiança, sendo esse o primeiro passo para alavancar o negócio”, complementa, afirmando que a cada 1 MW contratado circula cerca de R$ 1,1 milhão de receita por mês.
O CEO também destaca um problema que vem acontecendo na Geração Distribuída, onde por mais que o cliente já esteja na cooperativa ou em um consórcio demora a receber o crédito pela curva de amadurecimento por parte da própria operação da modalidade na distribuidora, o que depende em maior ou menor escala a partir de cada região. “Em Brasília tivemos clientes que demoraram quase seis meses para a distribuidora local começar a alocar os créditos”, finaliza.