O consumo total de gás natural no Brasil registrou na média acumulada do primeiro semestre um crescimento de 33,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 72,9 milhões m³/dia, informa o último levantamento da Abegás, que aponta para alta de 60,3% em junho em relação ao mesmo mês de 2020, movimentando 82,2 milhões m³/dia.
Na comparação semestral o destaque foi o aumento de 21,3% na demanda industrial, que atingiu 29,2 milhões m³/dia e de 61,8% na geração elétrica, chegando a 31,6 milhões m³/dia, puxado pelo acionamento maior de termelétricas. O consumo de GNV também avançou, passando de 4,7 para 5,5 milhões m³/dia.
Classe mais afetada pelas medidas necessárias para conter a disseminação da Covid-19, os comércios começam a apresentar sinais recuperação com alta de 7,3% nos seis primeiros meses de 2021. Já a residencial manteve-se praticamente estável em relação ao ano passado, recuando 1,5%., enquanto a cogeração registrou incremento de 3,6%.
Na análise regional o destaque fica para a recuperação do segmento industrial nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. Por sua vez o Centro-Oeste destaca-se com alta no setor automotivo.
Para o presidente da Abegás, Augusto Salomon, o despacho para geração elétrica é um sinal de que o gás natural poderia ter sido usado de um modo mais assertivo para que o país não estivesse atravessando um momento tão crítico com os reservatórios hidroelétricos.
“Poderia dar uma contribuição maior para a segurança energética brasileira com a implementação de termelétricas inflexíveis a gás natural operando na base do sistema, trabalhando juntas com as novas fontes renováveis”, avalia, lembrando que o número de unidades consumidoras do insumo já ultrapassa 3,9 milhões.