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O país precisa agregar 5,5 GW médios a partir de setembro no SIN até novembro. Essa é a principal conclusão do Operador Nacional do Sistema Elétrico que aponta ser imprescindível para o atendimento energético. Para alcançar esse volume recomendou ações em diversas frentes. O sinal de alerta está ligado. Em nota técnica é visualizado até mesmo déficits de energia a partir de outubro no que chama de Caso A.

“Os resultados do Caso A mostram que os principais reservatórios da bacia do rio Paraná chegam ao final do período seco com níveis críticos de armazenamento”, aponta a nota. “Mesmo com o esgotamento dos recursos hidráulicos da região Sudeste/Centro-Oeste, com o atingimento da faixa de restrição das usinas da bacia do São Francisco, com o despacho térmico pleno e com a maximização da transferência de energia do Norte/Nordeste para o Sudeste considerando limites de transmissão flexibilizados segundo o critério N-1, os recursos são insuficientes para atendimento ao mercado de energia, resultando em déficits de 3.824 MWmês no mês de outubro e de 3.746 MWmês no mês de novembro”, aponta o documento do ONS.

Por conta desse sinal indicou a postergação das manutenções programadas, viabilizar a importação de energia da Argentina e do Uruguai, garantir a disponibilidade das UTEs Merchant. E ainda, equacionar as questões judiciais relacionadas às disponibilidades da oferta das UTEs como Goiania II, Campina Grande, Maracanaú, Palmeira de Goiás e Pernambuco III, bem como, viabilizar o 3º navio regaseificador em Pecém, recompor a capacidade de geração impactada pela manutenção da Rota 1 no mês de setembro e viabilizar a operacionalização da UTE GNA I.

Todas as ações visam o aumento da disponibilidade de capacidades térmicas. Isso tudo para alcançar o Caso B dos cenários avaliados pelo ONS. Mas também indica a necessidade de agregar entre os recursos adicionais a Geração adicional no âmbito da Portaria MME 17/2021, o Programa de Resposta Voluntária da Demanda e as recém anunciadas medidas que induzam à redução voluntária do consumo também no ACR, divulgada ontem pelo MME.

Outros pontos indicados pelo Operador é uma nova rodada de flexibilizações dos níveis mínimos nos reservatórios das UHE Ilha Solteira e Três Irmãos, até a cota 324,20m, a partir do próximo sábado até 31 de agosto e até a cota 323,0m (nível mínimo operativo das usinas) com duração por todo o mês de setembro.

E ainda, autorizar o uso da flexibilização dos critérios de segurança de N-2 para N-1 no sistema de transmissão como recurso para atendimento energético e de potência. Entre as recomendações, estão a flexibilização das restrições de modulação de defluência nas usinas do São Francisco e na UHE Itaipu.

Segundo a análise do Operador, a oferta adicional incorporada no Caso B além de resultar em ganhos de armazenamento, elimina os déficits de energia do Caso A.

As premissas dos casos analisados contemplam no A um cenário conservador de disponibilidade térmica, flexibilização de condições definidas nas Resoluções ANA nº 80/2021 e nº 81/2021 – que alcançam as UHEs Furnas e Mascarenha de Moraes na primeira e Sobradinho, na segunda – e adoção do critério N-1 para definição dos limites de transmissão de setembro a novembro.

Já o caso B, considera o cenário superior de disponibilidade térmica mais a importação, sendo tal condição suficiente para o atendimento às Resoluções ANA nº 80/2021 e nº 81/2021, sem necessidade de flexibilização dos limites de transmissão.

A crise hídrica, indica o ONS, vem levando a uma degradação nas condições de armazenamento, principalmente do subsistema Sul, apresentando deplecionamento em torno de 10 pontos percentuais, quando compara-se os níveis de partida deste estudo com aqueles prospectados para o início de agosto do estudo anterior.

E lembra que ao longo dos últimos anos a precipitação observada em algumas das principais bacias hidrográficas com UHEs têm sido significativamente abaixo da média histórica. “O déficit de precipitação acumulado nos últimos 10 anos em algumas bacias chega alcançar um valor maior do que o total de chuva que ocorre em média num ano, como o caso da bacia do rio Grande, uma das principais formadoras da bacia do rio Paraná, que acumula um déficit nesse período maior que o total de chuva média de dois anos”, afirma o Operador no documento.

O conjunto de reservatórios das usinas localizadas na bacia do rio Paraná corresponde a cerca de 76% da capacidade máxima de armazenamento do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste e um pouco mais da metade (53%) da capacidade de armazenamento de todo o SIN.