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Um dia após revelar em sua Nota Técnica que podemos ter déficit de geração em outubro e novembro caso não haja oferta adicional de recursos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico aponta que as vazões no mês de setembro continuam bem abaixo da média. A expectativa inicial é de que no maior submercado do país, o Sudeste/Centro-Oeste, seja reportada energia natural afluente equivalente a 57% do normal. Menos que isso somente no Nordeste com 46%, e ainda, 59% no Sul e 73% no Norte.
Para o mês de outubro as vazões deverão manter essa mesma curva. Em uma gama de 259 aberturas, 68% dessas no Sudeste ficaram com ENA abaixo de 70% da média de longo termo. No Sul 65% estão abaixo da MLT, sendo 23% acima e 12% próximos à média. No Nordeste 60% dos cenários encontram-se abaixo de 50% da média histórica. No Norte, destacou o ONS, 77% dos cenários indicaram vazões entre 50% e 90% da média de 91 anos.
Apesar de ainda não estar configurado o La Niña, houve continuidade do resfriamento das águas do Pacífico, um fenômeno que vem sendo notado há pelo menos três meses. Tanto é assim que a chamada camada subsuperficial apresentou uma intensificação desse resfriamento em agosto. E a expectativa é de continuidade dessa curva.
Assim, os meteorologistas acreditam que a previsão de retorno do La Niña, fenômeno que levou a um dos piores períodos úmidos da história do país, deverá ser verificado novamente. Dessa vez, de forma menos intensa e que deverá chegar já no mês que vem a novembro e mantendo-se até janeiro a fevereiro. Mas dessa vez deverá ficar próximo à neutralidade.
Com isso, a previsão de chuvas para o trimestre de setembro a novembro sob La Niña é de clima seco no sul e em parte da bacia do Paraná, enquanto no Norte, Madeira, São Francisco, Tocantins e Paraibuna a estimativa é de chuva acima da média. “Nessas áreas a previsão de precipitações está mais generosa do que em 2020”, aponta. Acontece que essas chuvas ainda deverão umidificar o solo que está seco e somente depois é que teremos chuvas vertidas em ENA para os reservatórios.
O custo marginal de operação médio no SE/CO está em cerca de R$ 1.030/MWh para a primeira semana operativa. Esse valor está no mesmo patamar para o Sul e o Norte. No Nordeste está em R$ 996,06/MWh. Um dos motivos que explicam essa redução quando comparado ao CMO de agosto que em uma semana passou de R$ 3 mil por MWh é o aumento da defluência das UHEs Porto Primavera que está em 3.900 m³/s e em Jupiá que passou a 4 mil m³/s. E ainda, a introdução da flexibilização do N-2 para N-1 a partir de setembro.
Com a continuidade do deplecionamento os reservatórios no SE/CO são projetados a 14,5% em 30 de setembro. No sul a estimativa é de 24,5%, no NE em 39,9% e no Norte 62,7%.