As hidrelétricas participantes do Mecanismo de Realocação de Energia vão fechar agosto com geração equivalente a 48,5% da garantia física. Os dados são preliminares e apresentados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A estimativa da entidade é de que em setembro esse indicador fique em 51% , 57,7% em outubro e 60,7% em novembro. Apenas em dezembro é que o indicador deverá ficar em um nível próximo à sazonalização com 95,9%.
Com isso, no consolidado do ano o fator de ajuste do MRE (GSF) deve ficar em média em 73,9%, esse é o menor índice que a CCEE registrou pelo menos desde 2018, quando o ajuste ficou em 81,4%. Desde então os índices só pioraram.
Caso essa projeção se confirme, o impacto financeiro deverá alcançar R$ 56 bilhões. O custo do deslocamento hidráulico resultante da diferença entre a energia gerada e a contratada considera um Preço de Liquidação das Diferenças médio de R$ 360/MWh. Do total projetado para o ano, R$ 37 bilhões são de contratos no mercado regulado e R$ 19 bilhões no ambiente livre. Os dados foram divulgados pela câmara nesta segunda-feira, 30 de agosto, em apresentação no 17º encontro do PLD.
O Encargo sobre Serviços do Sistema (ESS) deverá bater o recorde. A previsão de 2021 é de um valor de R$ 11,8 bilhões, montante mais de 3 vezes mais elevado do que o registrado em 2020 quando ficou em R$ 3,7 bilhões. Já na base de comparação com 2019, é sete vezes maior. Naquele ano o encargo somou pouco menos de R$ 1,7 bilhão. Esse valor tem sido gerado por conta da crise hídrica, o CMSE manteve o comando de usar toda a capacidade térmica disponível, inclusive ofertas adicionais e resposta da demanda que serão reembolsados pelo ESS por segurança energética.